É
CHEGADO O GRANDE MOMENTO...
FORAM
747 INSCRITOS, DE TODO O BRASIL E DE VÁRIAS PARTES DO MUNDO...
MAIS
DE UM MÊS DE COMPETIÇÃO...
A
CADA SEMANA, UM NOVO DESAFIO...
NOVOS
JURADOS, NOVAS CRÍTICAS...
CORTES
DIFÍCEIS...
ANIMA BREVIS
(EQUIPE OS CONTIDOS)
CASTEL
(EQUIPE OS CONTIDOS)
RAMON RUFO
(EQUIPE RAPIDINHOS)
REGIS GUERRA
(EQUIPE INSÓLITOS)
QUEM
SERÁ O GRANDE VENCEDOR?
APRESENTAMOS:
A GRANDE FINAL DO
I CONCURSO DE
MINICONTOS AUTORES S/A
O
Brasil é um celeiro de escritores talentosos. Do Norte ao Sul, despontam novos
escritores todos os dias, revelando seus trabalhos em blogs, redes sociais,
concursos, até chegar a tão sonhada publicação impressa. Mais de 700
brasileiros apostaram no I Concurso de Poesia Autores S/A e nós, organizadores
e jurados, também apostamos em cada um, depositando confiança, incentivando,
ensinando. E aprendendo, claro. E se surpreendendo.
Pra
sobreviver nesse concurso, é preciso coragem. É preciso ser bom. E, aos que
hoje figuram na Final, só podemos dizer: sim, meus caros, vocês são bons. Muito
bons.
Temos
um panorama interessante nesta Final: das 5 regiões brasileiras, 4 estão
representadas: Sul (Regis Guerra), Sudeste (Castel), Centro-Oeste (Anima Brevis) e Nordeste (Ramon
Rufo).
A guerra dos sexos permanece: há, entre os 4
guerreiros, uma única mulher. As escritoras, durante todo o concurso, foram
minoria. Entretanto, será que esta estatística será posta abaixo com a vitória
de uma mulher?
Em relação às equipes, a única que não está
sendo representada, nesta Final, é a equipe da jurada Leila Míccolis (Max
Minis). Contudo, ela participará da Final, julgando os quatro minicontos desta
etapa.
Que tal, agora, relembrarmos as trajetórias
de cada um dos finalistas? Todos os minicontos produzidos por eles, até aqui.
Vamos nessa?
RETROSPECTIVA DE...
RAMON RUFO
(De Riachão do Jacuípe, Bahia. 24 anos de idade).
Título:
Elo familiar
Depois do banho, pai e
filha se sentiram mais sujos do que nunca.
Título: Flores
Era piloto de caça.
Cortava os céus a mais de dois mil pés. Foi encontrado em casa, com os pés a
dois metros do chão.
Título:
Fiscal de Fronteira
Intrigado, decidiu
investigar o rapaz que, todos os dias, atravessava a fronteira com um carrinho
repleto de caixas de papelão. Foi inútil. Todas vazias.
Só descobriu o crime
quatro anos depois: tráfico de caixas de papelão.
Título:
Indício Oculto
A casa estava vazia. Nenhum rastro do assassino. Mesmo assim, o detetive
desconfiou do mordomo cego.
Título:
Militante
Queria mudar o Brasil.
Mas engajou-se numa causa sem efeito.
Título:
Ultimato
“se eu te pegar com
aquela vagabunda te mato”
Não faltou aviso.
Faltou bateria.
Título:
Sábado, duas da manhã
Continuou de olhos
fitos na garota, que parecia retribuir-lhe o interesse, espantosamente. Por
fim, deixou escapar um grito abafado, enquanto subiam os créditos.
Título:
O azar é dos expulsos
Tivessem eles sido
tagarelas e novas suspeitas seriam levantadas. Uma pequena fagulha era quanto
bastaria para atear novo incêndio ao caráter genioso do dono do cassino.
Preferiram, portanto, os dois trapaceiros, guardar silêncio a respeito da falha
no caça-níquel.
RETROSPECTIVA DE...
ANIMA BREVIS
(De Brasília, Distrito
Federal. 56 anos).
Título:
Tudo fake, com “f” de
f...
Passou mal na
quarta-feira de cinzas, agarrado às tetas fake de uma loira fake.
Desmaiou na avenida, sobre poças de cerveja e mijo, aos gritos de “morreu,
morreu!”. Só soube que ainda estava vivo quando abriu os olhos e viu simpáticos
serafins e querubins mimosos dançando valsa ao seu redor. Sorriu feliz. Estava
apenas desacordado. Se estivesse morto, haveria chifres, cascos, choro e ranger
de dentes. E um cheiro terrível de enxofre. E um rock’n roll do cacete! Não, não era a morte. Era só um céu fake.
Título:
Feriado
Sete de setembro.
Aquartelados no morro, soldados sem farda traficam por independência ou
morte.
Título:
Sua bênção, pai, mãe
Óleo sobre tela. Olhos
sobre tela. E aqui estou eu, nas paredes entulhadas da nossa casa vazia,
eternamente inesquecível em matizes de angústia. Tivessem observado, pai, mãe;
tivessem mergulhado nos meus olhos oblíquos de desespero ou percebido o grito mudo
dos meus lábios apertados e talvez não houvesse me alcançado a depressão dos
bibelôs. E não estaria morando entre vocês, em vocês este remorso que não
basta. Nem seríamos, eu e vocês, ângulos opostos pelo vértice da dor. Meus
olhos fixos, frios, mortos não estariam aqui, testemunhando para sempre tantos
passos de culpa. Estaríamos sentados à mesa ou na varanda fresca, entre paredes
libertas de mim. E eu lhes pediria a bênção, pai, mãe.
Título:
Automutilação
Lembrou as chagas do
Cristo na procissão do Senhor Morto e entregou-se em frenesi ao fio da navalha.
Título:
Você sabia?
Num bar, primeiro encontro, Pedro conversa com Mariana:
— Bonito dia, não?
— Com toda essa chuva?
— Você sabia que o monte Waialeale, no
Havaí, é o lugar que mais chove no mundo? E é maravilhoso!
— Ah...
— E tem a Amazônia, também. Chove
demais. A umidade do ar por lá é uma coisa de louco! E a Amazônia é linda, você
sabia?
— Ah...
— Chuva é bom pra tudo. Você sabia que
até acalma gente com transtorno mental?
— Ah...
Em casa, ao fim do primeiro encontro,
Pedro pensa: "Que mulher idiota!". Mariana pensa:
"Que homem idiota!". Pouco antes de rolar um sexo selvagem.
Maravilhoso. Lindo. E em silêncio.
Sexo acalma mais que chuva. Você sabia?
Título:
Acabou
Pedro, acabou faz uma
hora. Deu tudo certo. Não tem mais nada dentro de mim. A única coisa que nos
une de agora em diante é este vermelho nas nossas mãos.
17h32, 20 dez
Título:
Fonte dos desejos
Na Fontana Di Trevi, jogou uma moeda por
cima do ombro esquerdo, esticando com vírgulas, em tom de deboche, um
pedido-mantra: "Que eu fique eternamente jovem, que meu peso nunca
aumente, que meus seios jamais caiam.". Amanheceu manequim.
Título:
Politicamente incorreto
No balcão do bar, cheio
de si, gabou-se para os amigos: "Comi duas pretas de uma vez só.".
Mal falou, foi imediatamente chamado de racista e de machista pelas duas moças
ao seu lado, que se afastaram, indignadas. Nem teve tempo de concluir: "E
venci o jogo fazendo mais uma dama.".
RETROSPECTIVA DE...
REGIS GUERRA
(De Curitiba, Paraná.
31 anos de idade).
Título:
A amazona
A guerreira persegue um
jovem pela campina. Ele tropeça em uma pedra e se estatela no chão. Ela salta
da montaria e aperta seu pequeno pé sobre o peito do rapaz. A vulva é
desvelada. Ela monta, agora, em sua presa e cavalga com violência. Saciada, ela
retorna à aldeia. O gozo escorrendo pelas coxas. Do mancebo, pela garganta,
escorre um gozo outro – rubro. A beldade e sua natureza bélica.
Título:
A Sanfona
O
menino ganhou uma sanfona, presente de seu pai. Um dia, ele esqueceu o objeto,
tão querido, no quintal. Pela manhã, o instrumento coberto pela geada – velado
e gelado. Fole e gelo comungaram, sim-fonia e não-fonia mesclaram-se. Depois
disso, a voz do instrumento ficou mais triste e cortante. O fôlego do fole
parecia ser capaz de fazer o minuano soprar mesmo fora de época. Já não era
mais sanfona, pois perdeu o que tinha de sã nas núpcias entre som e clima.
Título:
O bastardo
Há trinta anos, uma
palmada o fez chorar. E respirou pela primeira vez.
Há trinta anos, uma
mulher, em coma, deu à luz um menino.
Há trinta anos, um
criminoso anônimo. Um pai que se ignora.
Há trinta anos, o
menino chora.
Título:
Masturbautor
Eu faço questão de escrever tudo manuscrito. Adoro os tentáculos da mão
envolvendo meus textículos.
Título:
Ornito(oníro)fobia
Soltou o canarinho no
quarto assombrado. Afugentou os espantalhos de seus sonhos.
Título:
Ilha Deserta
Estou SÓ e sem SOS.
Essa prece, parece, é meu último SMS.
Título:
Visita
Um dia, Deus decidiu
baixar na terra. Esperava que sua aparição arejasse a empoeirada alma humana.
Para demonstrar predileção pelos mais simples, decidiu que sua chegada seria no
pequeno município de Avejão.
Os céus se abrindo, luz
dourada, trombetas de anjos - Deus usou todos os clichês para que as pessoas o
reconhecessem imediatamente. Ao chegar, entrou na primeira construção que
avistou – uma repartição pública. Entrou flutuando, envolto em luzes. Convocou
as pessoas. Outra vez os clichês: sua voz, seguida de raios e trovões, fez a
sala tremer. Em vão. Havia apenas um homem ao canto que não deixou de pitar seu
cigarro e bebericar seu café. Indignado, Deus indagou: “Não temes diante de minha sagrada
presença?”. O homem deu mais uma tragada em seu cigarro, bebericou outro
gole do copo plástico e respondeu: “Lamento
senhor, aqui nada é mais sagrado do que a hora do cafezinho”.
Título:
Cabaré
Roubou nas cartas,
acabou no xadrez. Nem viu as damas.
RETROSPECTIVA DE...
CASTEL
(De Maricá, Rio de
Janeiro. 31 anos de idade).
Título:
Entradas e saídas
Entrei no bar. Troca de
olhares, beijinho no rosto. Saímos do bar. Entramos no táxi. Carícias, beijo na
boca. Saímos do táxi. Entramos no motel. Nudez, mão no sexo, flacidez, risada,
escárnio, piada, empurrão, chute nas costas, soco na cara, gritos. Saímos do
motel. Entrou na ambulância. Entrei na viatura policial.
Título:
O Abraço
Desconheciam-se até
aquele dia. E, no entanto, quando os bombeiros finalmente abriram a porta do
elevador acidentado, encontravam-se agarrados num fraternal abraço retorcido de
seus corpos ensanguentados.
Título:
Uma Mulher Dividida
Imaginava-se dançando
para uma grande plateia num palco imponente. Assim desligava a cabeça enquanto
seu corpo era tocado e subjugado por estranhos em quartos de motéis sujos ou no
interior de automóveis estacionados em ruas de pouco movimento. Enxergando-se
na bailarina de sua fantasia, escapava da miséria de sua vida. Dividida entre o
inferno em seu corpo e o paraíso em sua mente.
Título:
Todas as Letras
Em dezessete anos foram
dos bilhetes apaixonados em sala de aula à papelada do divórcio no tribunal.
Título:
Faro Jornalístico
Escreveu para o site de
fofocas reclamando que o mesmo estava o dia todo sem atualizações e que, se não
fizessem algo a respeito, nunca mais voltaria lá. Três minutos depois, uma nova
manchete surgiu no site: “Leitora revoltada ameaça nos abandonar”.
Título:
Fora da História
“Funcionou. Estou no
futuro!”, dizia a mensagem no telefone celular que tive que destruir em
seguida. E, silenciosamente, comemorei aquela grandiosa — porém incógnita —
conquista científica.
Título:
Vendido
No dia em que decidiu
vender a loja de roupas abraçou a manequim que estava lá havia quinze anos e
chorou em seu ombro. Ela não tinha vida, mas ele tinha uma vida com ela.
Título:
Mais e Mais
Perdeu tudo jogando no
cassino. Tudo, menos a vontade de continuar jogando.
MINICONTOS
DA GRANDE FINAL (TEMA LIVRE)
Pseudônimo:
Anima Brevis
Título:
Vestida para matar
No closet, separou seus números prediletos.
Armani n° 36, Louboutin nº 38, Chanel nº 5, Taurus calibre 22.
Pseudônimo:
Castel
Título:
Natimorto
Apertou o pequenino cão
contra o peito, como se faz com um bicho de pelúcia. Porque o cão, como um
bicho de pelúcia, não tinha qualquer sinal de vida.
Pseudônimo: Ramon Rufo
Título: Mofina Mendes
Casou-se com um ricaço que lhe tirou das
ruas.
Um automóvel invadiu a calçada.
Um automóvel invadiu a calçada.
Pseudônimo:
Regis Guerra
Título:
Viúva ao revés
Rejeitado pelo diabo: “Cumpriste a pena em vida, meu caro”.
Voltou de mala e cuia pra casa da diaba.
Vamos
relembrar as biografias dos nossos 04 grandes finalistas?
CASTEL
Moro em Maricá, Rio de
Janeiro. Me inscrevi no concurso porque costumo participar de concursos
literários e, recentemente, passei a me aventuras nos minicontos. Foi a
oportunidade ideal para testá-los. Meu pseudônimo vem de “Juan Pablo Castel”,
protagonista do romance “O Túnel”, de Ernesto Sabato. Gosto do fato dele ser só
um nome próprio e não algo que aponte para um ou outro gênero. “O Apanhador no
Campo de Centeio”, de J.D. Salinger, foi um livro muito importante na minha
juventude. Um livro que terminei de ler há pouco tempo e gostei muito foi “Uma
Confraria de Tolos” de John Kennedy Toole. Nunca escrevi um livro. Já escrevi
uma quantidade de contos que poderiam ser reunidos numa publicação, mas nem
acho que eles têm qualidade para tal. Existem contos meus em nove antologias
diferentes, quase todas frutos de concursos literários. Sou Auxiliar
Administrativo. Tirando a escrita, no campo artístico, sou péssimo em tudo. A
menos que considerem comer muito uma arte. Sobre inspiração para a escrita, não
dá para ser muito específico nessa resposta. Pode ser algo muito sério e
pessoal ou uma besteira qualquer, tudo pode servir de gatilho para a escrita. Minha
meta como escritor: quero o Prêmio Nobel, o Jabuti e o Camões. E quero agora!
Estou brincando. Na verdade, se eu terminar de escrever todos os episódios de
uma Web Série que estou planejando publicar em breve já está ótimo. Não sei
responder se mereço ganhar. Não me acho melhor do que ninguém. Mas espero que
os jurados achem!
ANIMA BREVIS
Moro no Distrito
Federal, Brasília. Me inscrevi neste concurso porque queria experimentar neste
gênero. A escolha do pseudônimo - Anima
brevis -, alma breve, ou mente breve, foi uma forma que encontrei de me
referir à história de um miniconto. Breve, mas com alma, com mente. Nossa...
Livros da minha vida seria mais apropriado, bem no plural. Mas eu tenho uma
relação especial com Machado, com Drummond e com Clarice, em mais de uma obra.
Dentre os estrangeiros, criei uma ligação especial com o livro “Como Água para
Chocolate”, depois que o li em espanhol — creio que é por isso que algumas
pessoas dizem que um livro sempre perde ao ser traduzido. Mia Couto tem me
ocupado bem a leitura, também. Já escrevi dois livros: um de contos, um de
crônicas. Participo de quatro antologias: duas de poesia, duas de contos.
Trabalho com Relações Públicas, que é uma das áreas da Comunicação (embora
tenha muita gente sem a formação superior usando esse nome quando atua como
recepcionista, promotores e afins). Além de escrever, não desenvolvo nada, nada
na área artística. Gostaria de ter mais dons, mas não tenho. Estudei sete anos
de piano clássico e não toco mais nada. Só mantive o ouvido apurado para
afinações ou desafinações. Eu costumo ler textos em saraus e sou boa de
interpretação até, mas não chamo isso de "outra coisa no campo
artístico" (é que já fiz teatro e declamação, quando era adolescente, mas
não faço mais). Tudo me inspira a escrever. Gente, planta, bicho, nuvem, lua,
dor, injustiça. Qualquer coisa pode ser material pra texto. Inspiração? Tenho.
Mas acredito muito em transpiração, igualmente. Trabalho um texto, às vezes,
para que fique menor, maior, menos pesado, mais intenso, mais culto, mais
coloquial. Minha meta como escritora: ser lida por muita gente. Ganhar
reconhecimento nacional. Escrever cada vez melhor.
Todo o mundo que entra
num concurso entra para competir e tentar vencer. Eu estou buscando fazer o
melhor que posso. Fazendo o melhor, mereço vencer. Mas não é o que merecemos
todos os que estamos tentando?
RAMON RUFO
Moro em Riachão do
Jacuípe, Bahia. Inscrevi-me no Concurso pelo prazer do desafio e por gostar
deste gênero textual. O pseudônimo, além de ser sonoramente bonito, é uma
homenagem a dois autores: o “Ramón” de Juan Ramón Jiménez (Nobel de
literatura), e “Rufo”, de Juan Rulfo (com L). O livro da minha vida é “Todos os
Fogos o Fogo” do argentino Júlio Cortázar e o atual de cabeceira é “O longo
adeus” de Raymond Chandler, que, aliás, está comigo via empréstimo, preciso
terminá-lo o quanto antes. Já escrevi quatro livros, três publicados e um no
prelo, e participo de três antologias. Sou professor, escritor e faço vídeos de
humor nos fins de semana (em parceria), os quais são publicados num canal
específico do Youtube. A inspiração pode vir de todo lugar e de lugar nenhum.
De tudo e de nada, principalmente “do nada”. Quando inspirado, costumo escrever
sobre o cotidiano, sobre coisas que eu observo, ou finjo observar. Talvez aí
resida o grande desafio deste concurso: criar minicontos dentro de propostas
específicas. A minha meta como escritor é ser um bom escritor. Parece
simplório, mas escrever bem é uma das tarefas mais dificultosas que existe. Por
vezes, as ideias estão todas lá, nos sorrindo como uma menina na janela, e
simplesmente não tomam forma, escapam por entre os dedos. Venho escrevendo
minicontos há quatro anos e acredito que a experiência no gênero me dê uma leve
vantagem no I Concurso de Minicontos Autores S/A.
REGIS GUERRA
Moro em Curitiba,
Paraná. Inscrevi-me nesse concurso porque costumo escrever textos breves e
achei que seria uma boa oportunidade para por a prova a qualidade do que
produzo. Escolhi este pseudônimo baseado em uma personagem que criei uma vez:
Regina Guerra. Significa rainha guerra ou rainha da guerra. Acho que é um nome
forte. Como precisava de um pseudônimo, lembrei desse nome e procurei fazer uma
versão masculina. Um livro muito importante para mim é “A educação pela pedra”,
de João Cabral de Melo Neto. É um patamar poético que invejo e trabalho para
atingir esse nível de rebuscamento na forma e no conteúdo algum dia. Acredito
que ainda estou longe. Mas, meu atual livro de cabeceira é “As cidades
invisíveis” do Italo Calvino. Já escrevi um livro de poesias, publicado este
ano. Por enquanto, é o único. No ano passado participei de uma antologia. Eu
trabalho como musicoterapeuta em uma instituição que atende crianças e
adolescentes em sofrimento psíquico. Também trabalho na encadernadora que
pertence à minha família. Estudei música por alguns anos. E comecei a escrever
para colocar letra em algumas melodias que criava. Cheguei até a compor peças
instrumentais quando estava mais envolvido com o estudo de piano erudito e, em
seguida, de violão popular. Mas a escrita tomou o lugar dessas outras práticas.
Hoje só toco por hobby. Quando criança, escrevia por brincadeira. Meu pai
corrigia os meus textos, isso despertou em mim uma autocrítica com relação à
forma. Algo que eu procuro aperfeiçoar obsessivamente – reescrevo meus textos
diversas vezes. Sou uma pessoa tímida e escrever me dá possibilidade para
tentar comunicar aos outros minhas observações sobre esse mundo. Algo que, para
mim, é mais difícil de fazer oralmente. Acho que é essa possibilidade, excluída
da interação oral e em tempo real, de trabalhar e retrabalhar o texto antes de
mostrar para alguém, que me impulsiona a continuar escrevendo. Acho que preciso
compartilhar minhas observações com as pessoas. E a escrita me permite isso. Eu
tenho o objetivo de, por meio da escrita, consolidar um público que me
acompanhe, com o qual eu possa compartilhar as minhas produções. Um público que
as aprecie. Fiquei muito feliz de estar entre os 48 escolhidos. E mais ainda de
estar entre os 20. Isso já me diz que talvez meus textos tenham algum valor.
Acho que posso vencer porque cheguei até aqui. Acho que devo, porque me dedico
à escrita. Se não achasse nada disso, me inscrever no concurso seria um ato de
futilidade.
VOTO DO PÚBLICO
Esta será a última
oportunidade do público escolher o seu favorito! Vote em quem você acha que
MERECE VENCER O CONCURSO. O mais votado receberá 0,5 pontos de bônus!
Mas lembrem-se: votos
válidos somente pela Conta do Google!
A votação se encerra
amanhã, sexta-feira, ao meio dia. Portanto, corram!
AMANHÃ,
SEXTA-FEIRA, SERÁ PUBLICADO O RESULTADO OFICIAL DO I CONCURSO DE MINICONTOS
AUTORES S/A. FIQUEM SUPER ATENTOS! QUEM VAI VENCER?
AUTORES S/A
PATROCÍNIO: EDITORA PENALUX / SELO MICROLUX
48 comentários:
Parabéns aos finalistas, excelentes textos!
Meu voto: Anima Brevis
Castel
Acompanhei, com certo distanciamento, os comentários da postagem anterior, mas agora, observando com calma o histórico dos finalistas, uma pergunta é inevitável:
- Que diabos o Ramon Rufo ta fazendo aqui?
O tema livre era a chance dos concorrentes mostrarem quem tem bala na agulha, quem tem farinha no saco. Sem as amarras de uma tema predefinido, bastava buscar em sua gaveta seu melhor trabalho, o mais elogiado, sua maior certeza. Aquele que voce diz "posso até nao escrever bem, mas nesse eu acertei a mão", no entanto só Anima Brevis conseguiu isso, e apresentou um dos melhores minicontos já escritos. Digno de figurar em qualquer antologia do gênero, o que certamente acontecerá numa proxima edição dos 100 minicontos brasileiros.
Meu voto é para Anima Brevis!!!
Perfeita contista!!
Meu voto é para Anima Brevis
Meu voto vai para REGIS GUERRA, meu conterrâneo, já que, sem ter nenhuma formação oficial na área literária e muito menos na produção de minicontos, demonstrou ao longo do concurso ter assimilado as recomendações dos jurados. Percebemos claramente uma evolução e inclinação para a arte da palavra. Como não se trata de descobrir nenhum especialista, mas autores com potencial, ele merece este lugarzinho ao sol.
Srta. Pupo arrotou durante todo o certamente sua preferência por alguem que nasceu em seu torrão, se ela/ele fosse austríaco(a) teria a mesma atenção por Hitler? Brigando, inclusive, com o senhor Felipe Neto Viana, quando na verdade ela possuía interesses pouco ligados a literatura, lamentável. Nota dez para o conto de Anima Brevis, vai ganhar facilmente a competição, por sua competência e nao porque nasceu em Curitiba.
Srta. Pupo está mais para a Srta. Puff, a professora da autoescola do Bob Esponja. Só sabe inchar e suspirar.
Pupo, tenha coerência e mude seu voto. Vote no melhor.
RÉGIS GUERRA
O sr. Anônimo deveria se preocupar em escolher o seu candidato, assumindo honrosamente sua real identidade, ao invés de atacar o direito de escolha dos demais.
Quem não mostra a cara e uma credencial, não merece atenção.
Regis Guerra
Esse 0,5 pto nao servirá de nada
para o candidato curitibano (quanta honra),
apenas pq o texto dele/dela é fraco.
O anonimato é uma escolha, merece ser respeitada tb.
Puuuupooooooooo...
Tem até guerra no pseudônimo, devem ser descendentes de austríacos/alemães, ele/ela e seus votantes.
Nao da nem pra comparar com o conto da Anima Brevis, chega a ser covardia.
Prezado Sr. Anônimo:
Não fará diferença nem pare ele, nem para Anima Brevis.
Acredito que ambos ( e os demais participantes) merecem (em pé de igualdade), pois estiveram colocando à prova sua imagem e potencial criativo. Contudo, fazendo uso de minha liberdade de escolha, optei por RÉGIS GUERRA.
O senhor fique livre para votar em quem quiser, desde que mostre a cara e não ofenda ninguém.
Um abraço
Olá, amigos!
O escritor Dante Pincelli, O Velho, relatou que não está conseguindo realizar o seu voto no blog. Logo, a pedido dele, viemos aqui realizar o seu voto. Ele vota em RAMON RUFO.
Agradecemos pela compreensão de todos.
Autores S/A
voto na Anima Brevis. Rosana Banharoli
Meu voto nao esta sendo registrado,
anima brevis.
Pela retrospectiva, fico com Castel. Gostaria que meu voto valesse, mas não sei como acessar a tal conta do Google. Aiás, parece que nenhum perfil selecionado vai dar certo - talvez anônimo?! Ester (ex Mignone).
Ramon Ruffo.
Voto em Régis Guerra.
Régis Guerra.
Régis Guerra
Escolho o REGIS GUERRA...
Regis Guerra!!!
Poxa,mas o Regis tem é amigos, viu?!
Mas como ja disseram, esse meio ponto de nada valerá.
Anima Brevis cometeu o melhor miniconto do torneio,
e é ele que será avaliado.
Anima Brevis
meu voto vai para MOFINA MENDES
Anima Brevis é apenas jogo de palavras
Castel razoável
Ramon Rufo sempre com humor sem graça, fraquinho
Regis Guerra é o melhorzinho
Acho que todos eles já fizeram melhores durante o concurso. Aliás o ramon está aí graças a um único conto bom, o primeirão.
FNV
Boa noite,
Antes de deixar o meu parecer final, quero demonstrar a minha completa indignação a respeito da apelação que existe aqui. Não me refiro ao comentário anterior que, de tão ordinário, se faz óbvio que não me pertence. Agradeço ao anônimo que, secretamente, alimenta um sentimento de admiração pela minha pessoa e assina com minhas iniciais. Chega a ser tietagem, mas vá lá.
Críticos de meia-tigela, bairrismo, parentes ensandecidos, provocações inconsistentes: é o que temos neste espaço. A leva não merece essa chuva de ignorantes virtuais.
Meu total interesse é a literatura, seja de quem for. Como já disse noutro espaço, não me importa o Lattes, ou formato das fezes do indivíduo: me importa a escrita. Por mais incrível que possa parecer (e não estou dopado de Rivotril), esta foi a leva que mais apreciei. Com exceção de um miniconto, os demais conseguiram alcançar o clímax do certame.
Não compreendo o tanto de elogios a Regis Guerra aliás eu sei: bairrismo e parentesco. O miniconto do autor foi, de longe, o mais fraco da leva. Chegou a final respirando através de aparelhos, embora tenha sido bem sucedido na leva anterior. Eis que, no momento decisivo, dá seu último suspiro. O título já me desagrada. O tema escolhido, uma piada insossa, com um toque machista. Não gosto disso. Regis não levanta o caneco.
Em Ramon Rufo presenciei uma reação espetacular. O miniconto é inteligente, possui intertextualidade com a sátira portuguesa, e dá margem à reflexão do leitor. Ele concede ao leitor um adjetivo que muitos autores sublimam, ou não sabem como fazê-lo: inteligente. Leitor que se preze odeia ser tratado como analfabeto funcional, odeia didaticismos. E Ramon Rufo chega forte, silenciando os bocós de plantão.
Outro que muito me agradou: Anima Brevis. Se este miniconto tivesse sido um pouco mais lapidado, beiraria a perfeição no gênero. O título condiz com o espírito do autor: aguerrido. Anima Brevis veio vestido a caráter, apertou o gatilho. Se vai acertar o alvo, não sei.
Castel é, definitivamente, o autor mais regular do certame. Regularidade não é sinônimo de fraqueza. Ao contrário disso, o autor que disputa um certame tal como este carece de um nível linear, qualitativamente. O poder que o autor tem de provocar a reflexão por meio de um texto tão simples é o que o torna favorito na competição.
Não obstante minha última observação, hoje eu vou escolher aquele que melhor assimilou minha crítica na última leva: Ramon Rufo. Soube chegar com força e não será surpresa, de minha parte, presenciar sua vitória no minuto final.
Aqueles que se sentirem incomodados com o meu gabaritado parecer, por favor, acomodem-se e reflitam sobre o quão lamentável é não ter a capacidade de saber discernir entre elo familiar de elo literário. Eu sou um crítico literário. Um indivíduo que se presta a criticar o outro deveria ter o mínimo de bom senso e ética antes de discorrer seus pareceres publicamente.
Estou à disposição, senhores. Aproveitem: sou o melhor 0800 que existe.
Cordialmente,
F.N.V.
Felipe Neto Viana
tu bem sabes que és sacana
se o Pupo fosse Ana
levarias para a cama
Meu voto é para ANIMA BREVIS...
Excelentes finalistas! Grandes escritores de microtextos. Parabéns aos quatro!
Considero "Elo familiar" um dos melhores microcontos que já li e o melhor desse desafio. O Ramon Rufo é um mestre na arte da síntese.
Considerando o "conjunto da obra", meu voto vai para a Anima Brevis, que é a excelência em pessoa qdo se trata da arte da escrita.
O melhor da final: RAMON RUFO!
Vim pensando que daria Castel, mas não. Acho que o Rufo leva. E que rufem os tambores!
Carlos Brenner.
Retificando: voto em Ramon Rufo.
Meu voto vai para Castel sem dúvida o melhor de todos. Só miniconto lindo.
Bené.
Com certeza, RAMON RUFO. Ele é certeiro!
Todos possuem meritos, mas meu voto vai para ANIMA BREVIS.
Regis Guerra
Anima Brevis
Regis Guerra
Anima Brevis
Meu voto vai para Anima Brevis. Incomparável.
Qse chorei com o miniconto do Castel, mas o conto do Regis Guerra tá bem engraçado :)
Voto em Regis Guerra!
Lua, SP.
"Um indivíduo que se presta a criticar o outro deveria ter o mínimo de bom senso e ética antes de discorrer seus pareceres publicamente."
Na teoria excelente, F.N.V. Agora coloque em prática.
Meu voto vai para REGIS GUERRA. Disse uma verdade em seu miniconto! Discordo do tom machista falado pelo tal do FNV. Litertura não tem dessas coisas não, meu.
VOTAÇÃO ENCERRADA!
Tivemos uma grande disputa nesta enquete popular. Para quem foi o 0,5 pontos de bônus? Veja, abaixo, o ranking:
1º REGIS GUERRA - 12 VOTOS
2º ANIMA BREVIS - 11 VOTOS
3º RAMON RUFO - 05 VOTOS
4º CASTEL - 02 VOTOS
ATENÇÃO: Nenhum voto em ANÔNIMO ou somente identificado pelo NOME foi validado.
SENDO ASSIM, O AUTOR REGIS GUERRA FATURA 0,5 PONTOS DE BÔNUS NA GRANDE FINAL. EM BREVE, LANÇAREMOS UM NOVO POST, COM OS RESULTADOS DOS JURADOS E A DEFINIÇÃO DO VENCEDOR. FIQUEM LIGADOS! PARABÉNS A TODOS!
Autores S/A
Meu nome é Francisco Nogueira Vasconcelos, que petulância do 0800.
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