quinta-feira, 2 de maio de 2013

CLASSIFICAÇÃO DA 1º FASE DO CONCURSO DE MINICONTOS



“Quando acordou, o dinossauro ainda estava lá.”

(Augusto Monterroso)



     E é com o miniconto mais famoso do mundo que damos início aos trabalhos do I Concurso de Minicontos Autores S/A! 747 inscritos, de todo o Brasil, e de várias partes do mundo, lutam por um lugar ao sol neste certame. Os quatro grandes jurados avaliaram todos os minicontos durante 1 mês e meio e, agora, finalmente, será divulgado o resultado de todo esse processo. Ansiosos? Pois aguentem firme! 

Durante o dia de hoje (quinta-feira) e de amanhã (sexta-feira), os classificados para a próxima fase serão anunciados gradualmente, bem como os seus minicontos e os comentários que os jurados fizeram a respeito. Serão, ao todo, 48 classificados. Fiquem de olho vivo e segurem esse suspense!

     Agora, é hora de ficar por dentro de algumas estatísticas geográficas do certame. De onde veio toda essa gente? Vejam, abaixo, nos mapas:



DOS 747 INSCRITOS...



(para melhor visualização, clique na imagem)




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           Infelizmente, muitos autores tiveram de ser desclassificados automaticamente. Muitos não prezaram pela atenção ao lerem o regulamento e cometeram erros fatais, como enviar o miniconto com mais de 150 palavras; ou enviar um texto em forma de poema, ou seja, não condizendo com a estrutura de um miniconto. Antes de realizarem uma inscrição desse porte, é fundamental que o autor tenha consciência, pelo menos, da estrutura de um miniconto e, claro: ficar a par de todo o regulamento do concurso.
            Para que ninguém adquira a dúvida se sua inscrição foi validada ou não, iremos listar, abaixo, todos os títulos e pseudônimos que foram ELIMINADOS automaticamente, ou seja, sequer passaram pelo crivo dos jurados. Leiam com atenção e verifiquem se vossos nomes constam nesta listagem. 



CONFIRAM, ATRAVÉS DO LINK ABAIXO, OS MINICONTOS DESCLASSIFICADOS:



A BANCA DE JURADOS E A SELEÇÃO


            A bancada do I Concurso de Minicontos Autores S/A é composta por quatro jurados oficiais. No entanto, além de jurados, eles farão o papel de técnicos também. Surpresos? Pois é isso mesmo!
Cada um deles montou uma equipe (com nome e tudo), com 12 (doze) minicontistas, cada. A partir de agora, até a culminância do certame, os autores de uma mesma equipe terão de se enfrentar, em rodadas eliminatórias.
Isso aumentou e muito a responsabilidade dos jurados. Suas escolhas foram e, durante o concurso, serão determinantes para que o vencedor(a) seja eleito(a).
Querem conhecer os responsáveis por essa seleção? É, eles não tiveram vida fácil não... Abaixo, os nossos queridos jurados/técnicos!





ANDRÉ SANT'ANNA 
EQUIPE: RAPIDINHOS




Atualmente, reside em São Paulo. Filho do escritor Sérgio Sant'Anna, foi compositor e contrabaixista da banda “Tao e Qual”, nos anos 80. É publicitário e roteirista. Publicou os livros "Amor", "Sexo", "Amor e outras histórias", "O paraíso é bem bacana" (finalista do Prêmio Portugal Telecom), "Sexo e amizade", e "Inverdades". Possui uma crônica na antologia das "Cem Melhores Crônicas Brasileiras", da Editora Objetiva.


LEILA MÍCCOLIS 
EQUIPE: MAX MINIS




Carioca, atualmente reside no Rio de Janeiro. Advogada (embora não exerça a profissão atualmente), Mestre e Doutora em Ciência da Literatura (Teoria Literária) pela UFRJ (fazendo o pós-doutoramento), Leila é escritora, roteirista, dramaturga e editora. Possui 30 obras publicadas - em diversos países. Já escreveu telenovelas para a Rede Manchete e Rede Globo, entre elas, “Kananga no Japão”, "Mandacaru" e "Barriga de Aluguel”. Ministra cursos online de teledramaturgia. Elaborou verbetes para a “Enciclopédia de Literatura Brasileira” (MEC/OLAC). Já organizou, juntamente com Urhacy Faustino, duas "Antologias de Poetas Internautas". Faz parte, ao lado de poetas como Torquato Neto, Antonio Carlos Secchin e Ana Cristina Cesar, da antologia “26 poetas hoje”, organizada por Heloísa Buarque de Hollanda. Publicou o "Catálogo da Imprensa Alternativa". Coedita há dezesseis anos o site "Blocos Online".


MARCOS PASCHE
EQUIPE: OS CONTIDOS




Atualmente, reside no Rio de Janeiro. Mestre e Doutorando em Literatura Brasileira pela UFRJ, com foco na poesia contemporânea. Professor, editor e crítico literário. Atua como professor na Faculdade de Letras da UFRJ. Autor do livro "De pedra e de carne: artigos sobre autores vivos e outros nem tanto" (2012).


PAULO FODRA
EQUIPE: INSÓLITOS




Atualmente, reside em São Paulo. Formado em Arquitetura, Paulo Fodra trabalha com Marketing e Branding. É músico, atuante na banda “Chevy 69”. Publicou os livros "Deus Ex Machina - Anjos e Demônios na Era do Vapor", "Insólito - microalucinações" (livro de minicontos); e participa das antologias "2013 - Ano Um" e "SOS - A Maldição do Titanic". Foi um dos jurados oficiais do II Concurso de Poesia Autores S/A.



AVISO IMPORTANTE

Aos que forem sendo anunciados como classificados, a organização pede que não haja quaisquer contatos com os jurados supracitados. Caso algum autor(a) tente contato com algum dos jurados acima, será sumariamente eliminado da competição. Os jurados foram orientados a denunciarem este tipo de conduta. Aos que, por ventura, já tenham contatos com os jurados, por favor, evitem se comunicar sobre o concurso ou revelar vossos pseudônimos. É de suma importância que se mantenha a ética do concurso, e para que isso aconteça, os competidores também precisam fazer sua parte.




O que os nossos jurados levaram em consideração na hora da avaliação e seleção dos minicontos? O que eles pensam a respeito deste gênero? Confiram, abaixo, e calculem, concorrentes - pelas respostas deles - se seus minicontos podem ou não estar na próxima fase!

Lohan: O gênero ''miniconto'', no Brasil, ainda não tem sido tão difundido em antologias ou mesmo em livros autorais. Não obstante essa afirmação, foram recebidas 747 inscrições, de todo o Brasil e de outras partes do mundo. Como isso se explica? O que falta são meios para que haja essa difusão e um recrudescimento desse gênero no país?

André Sant’anna: Acho que o mini e o micro conto têm uma difusão razoável no Brasil. O Marcelino Freire organizou uma antologia com escritores brasileiros representativos e temos sempre que lembrar do Dalton Trevisan, que é o “cara” do mini conto.

Leila Míccolis: Trata-se de proposta estética recente, portanto em início de ascensão. Prevejo cada vez mais um maior enraizamento dela no campo da literatura nacional, principalmente por ser condizente com a atual época, que privilegia a cultura imediatista, a rapidez e a velocidade da comunicação. 

Marcos Pasche: Talvez o "miniconto" não seja tão explorado por conta de uma "natural" extensão discursiva solicitada pela narrativa. Diferentemente do que ocorre com a expressão poética, o minimalismo narrativo pode significar amputação mesmo de um eventual mínimo a dizer. Vários fatores podem explicação a massiva procura por um concurso. Em especial, cito a busca dos autores pela divulgação de seu trabalho.

Paulo Fodra: Minicontos e microcontos, apesar de não constituírem um gênero exatamente novo, ganharam um impulso bastante recente com a popularização das plataformas sociais, como o Twitter. Apesar disso, ainda são vistos pelo público e pelo mercado editorial como um gênero menor da ficção. Talvez pela velocidade da experiência, que tem tudo a ver com as plataformas digitais, porém se conecta pouco com os leitores mais "analógicos", que tendem a preferir a imersão em histórias mais longas e desenvolvidas. Na minha opinião, esse processo é bastante natural.
Há uma impressão de aparente "facilidade" na confecção das micronarrativas, o que tem levado um grande número de pessoas a conduzirem suas próprias experimentações nessa área. Se, em um primeiro momento, o aumento do interesse em micronarrativas é positivo, em um segundo momento, gera um excesso de material produzido em que se torna cada vez mais difícil selecionar e destacar a produção de qualidade, o que pode desencadear uma subsequente perda de interesse do público em geral, afogado em torrentes de material de média e baixa qualidade. Sendo assim, acho que faltam, principalmente no Brasil, veículos que facilitem ao leitor esse trabalho de seleção e acompanhamento da produção de qualidade. 

 Lohan: Quais foram os parâmetros escolhidos por você para a avaliação e seleção dos minicontos? Existe algum detalhe especial que possa despertar o seu interesse pelo texto (como temática, intertextualidade, criatividade, técnica)?

André Sant’anna: O principal é a intuição. O bom conto é aquele que me provoca algum tipo de emoção ou excitação intelectual. Outro critério fundamental para mim é perceber que o conto só poderia ser escrito como miniconto. Estou percebendo que muitos dos concorrentes tentam encaixar um romance inteiro no espaço de 150 palavras. A maior parte dos contos que selecionei são exatamente os contos mais curtos, com o número exato de palavras necessárias.

Leila Míccolis: Meus parâmetros: técnica, literariedade, criatividade.

 Marcos Pasche: Meu parâmetro principal não é diferente do de muitos avaliadores de concurso: a identificação, no texto, de um feliz encontro entre forma desenvolvida e pensamento emitido, englobando nisso a criatividade e a originalidade. 

Paulo Fodra: Criando e acompanhando a produção de micronarrativas há algum tempo, acabei identificando algumas soluções recorrentes, ou "forminhas", em torno das quais é possível produzir com relativa facilidade. Na minha avaliação pessoal dos microcontos, dei especial atenção para as soluções inovadoras, ou que ao menos fizeram uso criativo das tais "forminhas", criando micronarrativas que explorem a tridimensionalidade das palavras para compensar a falta de "espaço" para desenvolvimento das ideias.


Agora, durante o dia de hoje (quinta-feira) e de amanhã (sexta-feira), estaremos divulgando, pouco a pouco, os nomes dos classificados em suas RESPECTIVAS EQUIPES. Fique atento, pois, a qualquer momento, o seu miniconto pode figurar nesta postagem!




MENÇÕES HONROSAS





Os minicontos abaixo não foram classificados para a próxima fase, mas, por motivos espetaculares, merecem a menção nesta postagem. Abaixo:

Embora não pudesse ser escrito em outra língua que não fosse a portuguesa, nós tivemos a honra de receber um miniconto em língua espanhola, da Colômbia. Por este motivo, eis a menção do miniconto “Sentencia”:

Pseudônimo: Sigfrido
Título: Sentencia

Solamente cuando llegó a contemplar los pies de la amada, comprendió la sentencia de la selva: todos los seres son comestibles excepto aquellos que caminan sobre sus uñas.

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16/03/2005. Esta é a data de nascimento da participante mais nova da competição. Com apenas 07 (sete) anos de idade, “Inezita”, de Funchal, Portugal, enviou o miniconto “A Bailarina Mágica”. Parabéns pela iniciativa e continue sempre assim! Eis o miniconto:

Pseudônimo: Inezita
Título: A Bailarina Mágica

Angélica era uma menina de onze anos que sonhava um dia ser uma bailarina profissional. A dança era sem dúvida o seu maior prazer. As suas perninhas esbeltas, embora aparentemente frágeis, parecia na verdade, que tinham vida, por serem tão ligeiras e ao mesmo tempo tão acertivas nos movimentos que Angélica fazia com elas, pois, na verdade, a menina dançava mesmo muito bem; mas, havia um problema com a nossa Angélica: os seus pais eram pobres e não tinham condições para matricular a menina na escola de ballet da cidade. Mas uma grande surpresa estava prestes a acontecer...
Certa noite, Angélica teve um sonho em que aparecia uma Fada que lhe dizia assim:
-Angélica, aparece amanhã no espetáculo e mostra o teu talento também!
Quando chegou o momento do espetáculo, Angélica dançou com todas as suas forças, e, como por magia, a sua vida mudou a partir desse dia!

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08/05/1933. Ela foi a autora mais velha que se inscreveu na competição. Com seus 79 anos, beirando os 80, “Mariam Chancce”, de Nova Iguaçu, Rio de Janeiro, inscreveu o miniconto “Olhos cor de mel”. Infelizmente, o seu miniconto foi eliminado automaticamente, por conter 200 palavras. Apesar disso, decidimos postá-lo, como menção honrosa. Tenham a honra de lê-lo:

Pseudônimo: Mariam Chancce
Título: Olhos cor de mel

Quando nasceu, as minúsculas gotinhas de suor se misturaram com o choro no rosto de sua mãe. Tão frágil e magricela, que a impressão que se tinha ao olhar para ela durante a gravidez, era que fosse partir em dois pedaços. 
A criança tinha lindos olhos cor de mel, apelido que levaria pela vida inteira, não pelos olhos, e sim por abreviatura do nome, Melissa. Não fora concebida em uma noite de paixão e gemidos altos, tampouco de amor repleto de carícias. Naquela noite, conflituavam objetivos diferentes: necessidade fisiológica masculina, e desespero de uma mulher, louca com o fracasso de um casamento rotineiro e uma sequência assustadora de traições. 
Foi uma surpresa quando encontraram Mel, em uma chuvosa sexta-feira, com as roupas sujas, os olhos vermelhos, e o canto do lábio inferior machucado. Em casa, levou uma surra e um sermão. 
Fora mandada para uma clínica de recuperação de dependentes químicos tantas vezes que pararam de contar. 
Mel nunca recebia visitas, a não ser dos seus próprios medos e demônios.
Na parede do quarto onde ela suspirou pela última vez, havia um escrito que atormentou o médico por noites seguidas:
"Vivi em uma família tão pobre, que só tinha dinheiro."



AS EQUIPES E OS CLASSIFICADOS

            Por aqui, serão anunciados os classificados. Fique atento à equipe que você pertence! Gradualmente, iremos anunciar um miniconto classificado.
 De antemão, explicaremos a SEGUNDA FASE do concurso.
            Como funcionará? É simples: todos os 48 classificados terão que enviar, até o próximo domingo, 05/05/13, um miniconto de TEMA LIVRE, com no máximo 150 PALAVRAS (o título não entra na contagem), e a devida identificação pelo mesmo pseudônimo, para o e-mail do concurso de minicontos, que é: blogautoressa@gmail.com
            Na segunda fase, serão classificados apenas 05 autores por equipe. Ou seja, os jurados/técnicos irão selecionar, dentro de suas equipes, 05 dos 12 autores. Entendido?
            Agora, vamos ao que interessa! Quem terá a chance de disputar a segunda fase? Os números, abaixo, serão preenchidos gradualmente:

Observação: na primeira fase, os jurados só tiveram como informação o pseudônimo e o miniconto dos autores.

EQUIPE: INSÓLITOS
JURADO/ TÉCNICO: PAULO FODRA

ESCOLHIDOS POR PAULO FODRA:

1- Do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro (28 anos):
Pseudônimo: Finado Severino
Título: Tão perto, tão longe

– Aquele copo estava meio suspeito. Eu tive um mau pressentimento, mas estávamos
em uma festa, entre amigos, o que podia dar errado?
Aqueles olhos ariscos fitaram-me pela primeira vez após meses.
– Tudo... Deu tudo errado. Aquele nojento! Desgraçado...
As lágrimas começaram a jorrar em abundância. Levantei-me para abraçá-la e, de imediato, fui repelido por um gesto brusco. Ela recolheu-se a um canto do sofá. O silêncio da sala tornou-se denso. O espaço entre nós, um deserto.

Comentário: Primoroso conto em que o que fala mais alto é o que não está escrito. Altamente perturbador.

2- De Guaratinguetá, São Paulo (39 anos):
Pseudônimo: Névio Burgos
Título: Al dente

Olhos famintos, boca salivante, bife suculento e os dentes no protético.

Comentário: Grande poder de síntese, bom desenvolvimento narrativo. Espero que de onde veio esse microconto, venha muito mais.

3- De Curitiba, Paraná (33 anos):
Pseudônimo: Nana Rodrigues
Título: A Viciada

Só mais uma carreira, dizia. Ele ralhava. Ela chorava: Vai ser a última! Ele desacreditou. Ontem era modelo, antes motorista. Ele não aceitava mais nenhuma carreira. Nenhuma!

Comentário: O uso criativo dos significados das palavras deu bastante volume a esse microconto, criando novas camadas de leitura.

4- De Divinópolis, Minas Gerais (41 anos):
Pseudônimo: LF MG
Título: Fim

Era uma tarde como outra qualquer. Ninguém passava pela rua. Ninguém passava pela sua vida. Ouviu-se apenas um grito distante e um barulho cheirando à morte. Ela havia pulado do décimo quarto andar levando consigo apenas dezesseis anos de solidão e abandono. Os pais estavam do outro lado do mundo, a negócios.

Comentário: Esse conto se vale de contrastes para gerar um efeito chocante. Poderia ter ficado bobo ou piegas, mas ficou bastante valorizado pela escolha das palavras.

5- De Maricá, Rio de Janeiro (48 anos):
Pseudônimo: Larissa Cavalcante
            Título: Obsceno

O que te prende entre quatro paredes? Por que você não faz o que tem vontade e pronto? Quer ousar, experimentar? Vá em frente, garota.
Eu travava comigo mais ou menos esse diálogo enquanto meu homem me acariciava as ancas com dedos cada vez mais ousados e usados na minha reentrância posterior. Aquilo me arrepiava inteira, eu já estava toda úmida e inchada, mas ainda comprimia as partes, dificultando as manobras gentis de meu paciente parceiro.

Ele então me penetrou novamente, na mesma posição lateral em que nos encontrávamos, e naquele êxtase prolongado mal percebi quando seu membro escorregou e aportou no meu pequenino orifício forçando uma entrada apertada, muito apertada. Meu gemido baixinho foi um sinal assertivo e meu companheiro besuntou-me com azeite e me sussurrou mentiras ao pé do ouvido. Fingi acreditar e permiti que escorregassem, junto com o óleo, todos os meus falsos pudores.


Comentário: Apesar de prolixo, esse conto tem o seu charme. Gostei da crueza ousada, e do arremate perfeito. Resta saber se a autora conseguirá se virar bem sem se apoiar no erotismo. Ou se ainda tem muita sacanagem pra queimar...

6- De Caxias do Sul, Rio Grande do Sul (55 anos):
Pseudônimo: Quartzo Rosa
Título: Caminhos Tortuosos

Era um menino bonito. Era inteligente. Foi crescendo. Conhecendo gente. Um dia, os amigos lhe apresentaram um bonde. Pegou o bonde errado. Eles faziam de tudo. Não cheiravam o olor das flores. Não aspiravam a brisa da manhã, a fumaça impedia. A pedra que conheciam não era a de Drummond. Levavam objetos alheios. Sentavam à margem da vida. Já não era mais bonito. A inteligência se perdera nos bolsos furados. Até que conheceu balas que não eram de hortelã.

Comentário: Premissa inteligente, executada com um bom encadeamento narrativo, usando metáforas para dar dimensão à ideia. 

7- De Natal, Rio Grande do Norte (20 anos):
Pseudônimo: Alice Melo
Título: Lobo

Era lobisomem. Mas convivia com a angústia de não poder ser lobo, apenas homem. Cansado de ser sempre aquele de onde são esperados os mais bondosos feitos, decidiu que faria tudo ao contrário, apenas uma única vez. Por toda uma noite, enquanto pôde ver a Lua no céu, permitiu-se ser lobo. Rasgou roupas. As suas e a de outros. Rasgou corpos. O seu e, principalmente, os de outros. Permitiu também ser rasgado. E ao sangrar, libertou-se.
Percebeu que, num impulso de agressividade, rasgara também a alma. O vazio animal transformara-se em um vazio existencial. E se deu conta de que não poderia mais ser homem.
Apenas lobo.

Comentário: Praticamente poético em suas metáforas da vida e do destino traçado. Um dos poucos com uma pegada mais sobrenatural. Gostei bastante.

8- De São Paulo, São Paulo (27 anos):
Pseudônimo: Bárbara Mott
Título: No hospital

Meses internado esperando a morte, até que a viu, perto da enfermeira do turno da noite. Voltou a acreditar em Deus, checou o hálito de doente, passou um pente nos cinco fios de cabelo, agradeceu aos santos pela chance, apertou a fotografia embaixo do travesseiro; o coração errou uma batida; a emoção de vê-la inundou os olhos. Talvez houvesse tempo. Talvez houvesse cura. Mas não era ela.

Comentário: Bastante fotográfico em sua narrativa, o autor conseguiu um efeito dinâmico muito efetivo. Há sinais de intensa lapidação no texto.

9- De Santo André, São Paulo (53 anos):
Pseudônimo: Amélia Ben
Título: Dois pesos e duas medidas

Enquanto ele colecionava moedas de lugares que nunca fora, ela as distribuía nos lugares de que voltara.

Comentário: Ideia simples e bem executada, alcançando um bom efeito narrativo.

10-De Nova Friburgo, Rio de Janeiro (46 anos):
Pseudônimo: Pressuposto Epistemológico
Título: Dedos mágicos

Com os médios, puxou os olhos para o lado, para cima. Perfeito. Com os polegares, mandou a papada pro espaço. Isso. Com os anulares, amenizou as olheiras. Era assim mesmo que queria. Sorriu, mal movendo os lábios no rosto esticado. Até sentir a câimbra, a rigidez na mão. Para a artrite não havia cura.

Comentário: Aqui o autor utiliza todo o espaço apenas para preparar o fechamento preciso, que transforma o conto em um verdadeiro soco no estômago.

11- De São José dos Pinhais, Paraná (26 anos):
Pseudônimo: Lenore Raven
Título: Menino Estátua

Na beira da rodovia movimentada o menino prateado ignora a favela a poucos metros; sob um calor de quarenta graus ele fita, hipnotizado, as moedas prateadas e de valores baixos dentro da lata. O sol forte reflete nas moedas e na tinta prateada que cobre seu corpo... E ele pensa que talvez sua vida valha menos que aquele dinheiro.

Quando o sol baixa no horizonte o garoto desce o beco com sua bicicleta prateada de pneu murcho. Em frente ao portão prateado, observa o rapaz portando uma pistola automática também prateada, deposita seus valores na mão do indivíduo e segue noite adentro, segurando forte sua encomenda envolta em papel prateado.
Recostado na cerca de madeira podre o garoto prateado admira, hipnotizado, o brilho da pedra amarelada e pensa, enquanto acende um cachimbo prateado... Talvez sua vida valha, mesmo, menos que tudo.


Comentário: Um bom conto de cunho social com foco na narrativa. Uso consistente de imagens quase poéticas. Há muita coisa por detrás das entrelinhas do texto. Gosto dessa densidade.

12- De Curitiba, Paraná (31 anos):
Pseudônimo: Regis Guerra
Título: A amazona

A guerreira persegue um jovem pela campina. Ele tropeça em uma pedra e se estatela no chão. Ela salta da montaria e aperta seu pequeno pé sobre o peito do rapaz. A vulva é desvelada. Ela monta, agora, em sua presa e cavalga com violência. Saciada, ela retorna à aldeia. O gozo escorrendo pelas coxas. Do mancebo, pela garganta, escorre um gozo outro – rubro. A beldade e sua natureza bélica.

Comentário: Imagens fortes costuradas com precisão. Vocabulário elegante. Agradou-me bastante a pegada fantástica...


EQUIPE: MAX MINIS
JURADA/TÉCNICA: LEILA MÍCCOLIS

ESCOLHIDOS POR LEILA MÍCCOLIS:

1- De João Pessoa, Paraíba (36 anos):
Pseudônimo: Machado
Título: A Cartomante


Ela foi seca:
- Perdeste um filho aos dez meses de vida. Afogado. Ainda sentes muito, não?
Ele, desesperado, saiu sem pagar a consulta. Camilo acabara de completar nove meses e vinte e dois dias.

Comentário: No critério desta escolha pesou muito a concomitância de dois tipos de linguagem: a literária e a cinematográfica: o presente prevendo o futuro (já passado) é um modo bastante original e criativo de lidar com as idas e vindas dos tempos dramatúrgicos (flashforward e flashback), e, ao mesmo tempo, uma maneira inteligente de modernizar um tema épico clássico: a inexorabilidade do destino.

2-  De Salvador, Bahia (34 anos):
Pseudônimo: Hitchcock
Título: Casa de Bonecas


Após a quimioterapia, não havia quem conseguisse comunicar à Cecília que seu braço seria amputado. Indiferente àquele dilema, Cecília brincava no quarto com suas bonecas: todas carecas e com os braços cortados.

Comentário: Na literariedade desta narrativa que beira o Grand Guignol, o teatro da crueldade está presente, em seu propósito de abalar as estruturas defensivas, verbais e racionais. Por outro lado, através do título (referência à peça de Ibsen) o texto me conduz a outra possível leitura, direcionada ao terror massacrante do universo feminino mutilado, refletindo-se na própria perspectiva de vida.

3- De Sobradinho, Distrito Federal (30 anos):
Pseudônimo: Ana Lina
Título: Aos cais

Não se varrem portos.
Clara com o tempo sentia que o mar era para todo mundo a felicidade que se desejava enxergar. O pai com Alzheimer engolia sol e tardes ventando histórias. Mentiras?
- Outras roupas de verdades!
Via nos pés do pai, ex-marujo, todas as ruas navegadas: infância, abraços, sortes, telhados, sonhos, naufrágios, quando ela pequena andou sozinha, o primeiro canário e toda a sua coleção de primeiras coisas. Viu a mãe também. Silêncio. Aí parou:
- Tem ruas que não se seguem.
Pregou uma plaquinha no dedo maior: “Proibido para Clara”. Ausências?
- Partes chatas do corpo que acumulam poeira. Portos!
Correu ao porto perto de casa e guardou numa sacola plástica um pouco de brisa de mar para o pai. Adorava vê-lo colocar a cabeça dentro. Lá do fundo, ele insistia:
- Fecha a cortina, senão o fundo do mar escapa.
Era sempre fundo o quarto.

Comentário: Difícil é aliar a prosa à poesia, preservando a textura e a integridade de ambas. Porém neste texto gongórico contemporâneo, as duas se articulam nos cais, lugares de chegadas e saídas de passageiros – no caso, do ex-marujo, que mesmo no final da vida, em terra firme, continua navegando os oceanos de sua insanidade degenerativa. E a filha penetra no mundo dele através do onírico, através de metáforas que dão musicalidade à prosa, como doce berceuse a ninar a única alegria que ainda resta a ele: lembrar-se do mar. Cais: símbolo e realidade, lirismo e local de encontros e partidas entre amantes, entre amigos, entre Clara e o pai.

4- De São Paulo, São Paulo (59 anos):
Pseudônimo: Helena
Título: Nunca mais

Estava tão apaixonada que lhe doou a obra completa de Fernando Pessoa. A paixão passou e ela descobriu que não o amava e que ele nem gostava de poesia.

Comentário: Um registro do day after. De início, pensamos conhecer bastante o outro; depois que passam os arroubos da paixão, percebemos que apenas projetamos nele a parte que mais gostamos em nós, e que às vezes a distância nos distancia menos do real do que uma proximidade aparente.

5- De São Paulo, São Paulo (24 anos):
Pseudônimo: Magritte
           Título: Desperdício

Vinte anos depositando flores na cova ao lado.

Comentário: Eis a grandeza paradoxal da estética minimalista, capaz de conseguir contar em apenas oito palavras uma história que, para ser preenchida, exige que se crie outra(s) maior(es). Engano, desperdício de tempo, ou ato proposital? Como uma matrioska (boneca russa de encaixes), a narrativa chega ao sumo, ao seu átomo (uma semente contendo a árvore), sugerindo a conclusão de um texto em que o próprio receptor se flagra, obrigatoriamente, como coautor.

6- De Belo Horizonte, Minas Gerais (18 anos):
Pseudônimo: Teobaldo
           Título: Hipertensão

Não obstante ainda muito entusiasmasse o público, para ele houvera sua arte se tornado um tanto tediosa. O equilibrista, por fim, decidiu que realizaria a travessia ao ar livre, de torre a torre, sobre os fios de eletricidade.

Comentário: Baseio a escolha deste texto em três fundamentos: na preciosa narrativa minimalista, que conseguiu manter alta dramaticidade em trinta e oito palavras; na habilidade dela captar a “anima” perfeccionista do artista, sempre tediosamente insatisfeito com seu trabalho, e exigindo/cobrando sempre mais de si; e no clímax, propositadamente não resolvido, forte, surpreendente, e impressionante.

7-De Vianópolis, Goiás (24 anos):
Pseudônimo: Sebastião Jones
            Título: Ruídos no Sótão

Foi com passadas vagarosas que o miúdo garoto subiu as escadas do orfanato em direção ao sótão. O terror dominava todo seu corpo ao mesmo tempo em que ia se aproximando daqueles gemidos assustadores.
Relatos de assombrações ali eram constantes. Apesar de Juanito jamais ter tido alguma experiência sobrenatural, as histórias que trafegavam pelas bocas de internos e tutores eram de que as vítimas de mortes violentas permaneciam presas a este mundo. Muitos escravos morreram naquele casarão centenário. Era, por isso, o ambiente perfeito para causos misteriosos.
Os plangentes ruídos tornavam-se mais fortes e roucos. O medo já se instalara em seu frágil coração pueril, dominando sua alma e aprisionando seu corpo. Os degraus rangiam tal qual a tampa do alçapão abrindo-se. Foi assim, com grande espanto, ao adentrar no apertado cômodo, que o menino deparou-se com o faxineiro Osvaldo deitado sobre o forrado chão, dormindo e roncando aos solavancos.

Comentário: A maior qualidade desta narrativa é que ela consegue ser original abordando um assunto bastante desgastado. E consegue este feito, principalmente, pela correta dosagem do suspense, e também pela leveza e delicadeza no tratamento da trajetória de um menino, que, abruptamente, enfrenta talvez sua primeira perplexidade, ao se deparar face a face, frente a frente, com a realidade tão diversa e tão aquém de suas fantasias, de sua imaginação criativa e de seus sonhos. Igual ao cômodo, uma realidade tão apertada.

8- De São Paulo, São Paulo (24 anos):
Pseudônimo: Sr. B.
            Título: Crescer

Acordei hoje com um gosto ruim na boca, pior do que em dias comuns. O cheiro de queimado está por tudo a volta, mas não vejo nenhum sinal de fogo. A azia que geralmente tenho no estômago, hoje está ainda mais forte. Sinto minha pele cada vez mais quente, como se estivesse com muita febre. Abro minhas asas e subo aos céus - como faço desde criança -, olhando muitos a minha volta que apenas planam por diversão e outros que dormem entre as pedras. Fecho os olhos e ergo minha cabeça, sentindo a brisa que passa por ali. Naquele momento algo percorreu dentro de mim, passando pelo meu estômago, minha garganta, até a minha boca… Fuuuussshhhhhh… Vejo um jato de fogo ser expelido pela minha boca. Tive uma enorme sensação de poder. A partir de hoje, não sou mais o mesmo, pois me tornei um verdadeiro dragão.

Comentário: Tornar-se adulto no contexto do reino animal. A sensação do poder: desde a descoberta do fogo até o seu domínio: a conscientização de seu uso, o crescer (em todos os sentidos). A princípio, o voar é quase um passeio, mero registro de uma câmera em plano subjetivo. De repente, explode, em zoom, o exato momento em que nos transformamos em adultos que conhecem suas capacidades. Bela metáfora, calcada em uma majestosa e fascinante figura mitológica, com poderes de ajuda (com seus voos) ou de destruição (com seu fogo) por onde quer que passe.

9- De Mirassol, São Paulo (17 anos):
Pseudônimo: Aristófanes
            Título: Puberdade

O garoto de madeira sequer imaginava que ao masturbar-se pegaria fogo.

Comentário: Eis a constatação de que um texto erótico não precisa pormenorizar detalhes. Uma palavra apenas com conotação sexual, aqui, é o bastante para criar uma cena libidinosa, através da história de um personagem jovem, que arde no seu próprio fogo (e mais interessante ainda: no fogo de suas imaginárias fantasias luxuriosas). Se queimará? Gostará e virará incendiário, queimando a casa inteira, família e mobília, com este seu ato, não necessariamente solitário? Um retrato fiel da adolescência – lenha incandescente –, com um incitante e excitante final em aberto.

10- De São Paulo, São Paulo (18 anos):
Pseudônimo: Tico-Tico
           Título: Lembranças que não inventei

- Sem sabor nem textura, isso que se propõe a ser tomate, só é vermelho de vergonha de ser o que é!
Ah! Quando Avó Maria punha-se a falar sobre os transgênicos...

Comentário: Em geral, a mensagem final de temas ecológicos é: salve a natureza, preserve o planeta... Temos aqui um modo diferente, original e bem-humorado de abordar o assunto, por parte de uma mulher do tempo em que os alimentos eram realmente naturais. Nas entrelinhas, e em sua aparente simplicidade, a narrativa versa sobre dois tipos de sociedade, observados por Jameson; “o nosso tempo é o das máquinas de produção muito mais do que o da produção”. E o neto, nascido nesta era da engenharia genética, cujas técnicas criam os transgênicos, impacienta-se com o que lhe parece apenas resmungos saudosistas, em vez de acirrada crítica.

11- De Campinas, São Paulo (65 anos):
Pseudônimo: Mignone
            Título: reverso

Olho no espelho procurando os traços de meu pai. Em vez do seu rosto ou o meu, vejo-me bem pequeno, tentando escalar aquele terno azul marinho, querendo chegar mais perto de seus olhos e de seu cabelo acinzentado. Minhas pernas tentam se enroscar nas suas, minhas mãos pequenas agarram-lhe o paletó. Com distraídos gestos, ele me afasta.
Não sei o que senti quando ele morreu. Todos me cumprimentavam, dizendo que ele era um grande homem, e que agora o homem da casa era eu, e logo seria o presidente da empresa.
No dia seguinte chorei horas. Nunca entendi por quê. Só sei que doía.
Dizem que me pareço com ele. Pode ser, quando as espinhas secarem e meu cabelo branquear. Mas, não quero parecer com ele.
Não quero ser empresário.
Meu sonho é ser alpinista.

Comentário: A princípio, uma simples oposição entre o pai, empresário, e seu filho, rebelde. O texto, porém, afunila este contraponto, e deságua em uma única palavra final, imprescindível: fica claro que o alpinista – que tentava escalar o terno azul do pai, em criança –, prefere a emoção ao sucesso financeiro, e sempre a priorizará. Esta única importantíssima palavra (inclusive por sua ambiguidade: literal e metafórica), contém ao mesmo tempo a principal característica que define o perfil do personagem, e todo o rumo de suas futuras escaladas.

12- De Saitama, Japão (37 anos):
Pseudônimo: Juliano Monterroso
Título: Cinema Mudo

Quase no final do filme, surge aquele homem, ensandecido, atirando contra a multidão. Em meio a gritos e tumultos, uma das balas atinge a criança ao meu lado, matando-a no mesmo instante. Enquanto isso, na tela, Chaplin discursa pela paz...

Comentário: Interessante contraponto entre a ficção da paz e a realidade da violência cotidiana.


EQUIPE: RAPIDINHOS
JURADO/TÉCNICO: ANDRÉ SANT’ANNA

ESCOLHIDOS POR ANDRÉ SANT’ANNA:

1- De Passos, Minas Gerais (25 anos):
Pseudônimo: Tonico Vieira
Título: Anonimorto

Vinte anos depois, resolvera raspar o bigode. No trabalho, ninguém sentiu a sua falta.

Comentário: Duas frases, que dizem tudo sobre o anonimato e a solidão. A solidão na firma.

2- De Atibaia, São Paulo (34 anos):
Pseudônimo: Flora Medeiros
Título: (Im)previsto

Não chora. A vida é isso aí.

Comentário: Ótimo! A vida inteira em 7 palavras.

3- De Mutum, Minas Gerais (39 anos):
Pseudônimo: Zero Notável
Título: Travado

A trave do gol refletindo luz no campeonato dente-de-leite do clube, quando foi goleiro, o gosto travado do caju colhido quente no sol envelhecendo a língua, a trava da barra de proteção da porta do fundo da casa de praia na cabeça do cachorro do vizinho, os dentes trincados quando a onda estava percorrendo por suas veias em loopings alucidativos, o travo gosto de canela que o beijo da Margô tinha antes do sexo, e então travou-se, pois recordou que alguém havia lhe dito que geralmente a vida da gente passava na nossa mente em nosso último minuto de vid...

Comentário: O “Zero Notável” vai direto ao ponto. Quer dizer, as 3 ou 4 imagens, sensações, memórias, que de fato importam numa vida. Perfeito para o “gênero” miniconto.

4- De Odivel, Odivelas (Portugal) (64 anos):
Pseudônimo: Portuga 5
Título: Equívoco fatal

Após o jantar, Edgar desceu para comprar tabaco e aproveitou para tomar uma aguardente. Só refiro esta ingestão de álcool para tentar entender porque se equivocou de piso, no regresso a casa. Por outro lado, nem isso explica como conseguiu entrar no apartamento por cima do seu.
Certo é que ficou atrapalhado por não reconhecer o espaço. Era amplo, sem divisões. Da penumbra geral, sobressaíam dois grandes retângulos luminosos no chão. Aproximou-se do primeiro e, estupefacto, reconheceu, em baixo, a sua mulher a pintar as unhas em frente à televisão, como se o pavimento fosse transparente. No outro, vislumbrou a filha na casa de banho, a limpar o rosto em frente ao espelho. Recuou, com algum pudor, receando a implícita invasão de privacidade.
Nesse momento, percebeu atrás de si um ténue som de arrastamento. Pouco depois, Edgar engrossava a estatística dos homens que desaparecem depois de saírem para comprar tabaco.

Comentário: É um miniconto grande, mas também consegue apontar para um enredo maior ainda. Não é só um conceito lançado, como a maioria dos minicontos. É uma narrativa completa de realismo fantástico.

5- De São José do Rio Preto, São Paulo (17 anos):
Pseudônimo: Heinrich Sprenger
Título: A Purificação

Ergueu as mãos, comeu do pão, tomou do vinho, abençoou-os e disse: "Queimem-na!"

Comentário: Outro miniconto político. Nele, há toda uma tese sobre a hipocrisia e a violência.

6- Do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro (24 anos):
Pseudônimo: Z
Título: Olhares

É notável a presença do rato em cima dos livros. Ele é grande, robusto, cinza e fedorento. O gato, oculto em sombras, observa sua presa com seus olhos vis e brilhantes. Um homem chega, puxa a cadeira e se senta diante do animal cinzento e dos livros. O roedor, assustado, foge; o predador, decepcionado, vai embora; o recém-chegado, entediado, apanha um livro e lê. Logo mais, dorme. O dia amanhece e o cão observa o galo cantar.

Comentário: Me lembra um hai-kai gigante em prosa. Fatos objetivos, cheios de significados subjetivos.

7- De Porto Alegre, Rio Grande do Sul (23 anos):
Pseudônimo: Draco Luugriess
Título: Harmonia

Parou na frente do espelho. Abotoou a camisa. Desabotoou a camisa. Abotoou-a de novo. Escovou os dentes, contando até duzentos. Escovou-os de novo, recontando. Foi até a cozinha verificar se o fogão estava apagado. Andou pela casa para verificar se as janelas estavam fechadas. Voltou à cozinha para olhar o fogão. Foi ao banheiro e escovou os dentes, contando até duzentos. Ainda com a escova na boca, foi verificar a janela da sala. Viu que caiu pasta de dente na camisa. No caminho para o quarto, verificou a janela do corredor. Desabotoou a camisa. Abriu o armário e escolheu uma camisa com o mesmo número de botões. Vestiu-a. Com a camisa aberta, verificou a janela do quarto. Perdeu a conta da escovação. Andou até a cozinha para verificar o fogão. Foi até o banheiro, colocou mais pasta na escova, sentou na privada com a tampa fechada e chorou.

Comentário: Como fazer um conto inteligente, emocionante e sincero com pouquíssimas palavras.

8- De Indaiatuba, São Paulo (18 anos):
Pseudônimo: Ethexse /esxethE
Título: Coca-Cola

Em tranquilidade, conversando numa tarde qualquer, você começa a pensar.
Decide arrancar a camiseta, o sutiã, expor a pele ao sol e improvisar qualquer dança que vier à mente, cujo ritmo somente suas frases mentais acompanham.
Mas você ainda está sentada; com um copo de Coca-Cola na mão.

Comentário: Este conto tem duas histórias: a física e a metafísica.

9- De São Paulo, São Paulo (43 anos):
Pseudônimo: Mutante
Título: Quartel

Lá, onde filho chora e mãe não vê, Pereira se faz de besta para pastar em paz.

Comentário: Um miniconto político! Denuncia a bovinização da espécie humana.

10- De Riachão do Jacuípe, Bahia (23 anos):
Pseudônimo: Ramón Rufo
Título: Elo familiar

Depois do banho, pai e filha se sentiram mais sujos do que nunca.

Comentário: Sensacional! Há quem tenha necessitado de centenas de páginas para contar essa história.

11- De Brasília, Distrito Federal (51 anos):
Pseudônimo: z
Título: Pontaria

Daquela distância, não tinha como errar.
Suando frio, o coração na boca, endireitou o corpo e, olhos nos olhos, executou o movimento treinado à exaustão.
Acertou em cheio os lábios de Sandra, a garota mais desejada do 7º ano.

Foi o seu primeiro beijo.

Comentário: Certeiro. Não se enrolou, como de costume, quando se dá o primeiro beijo.

12- De Canoas, Rio Grande do Sul (61 anos):
Pseudônimo: Rosa Blanca
Título: As flores de Mariana

Mariana chegou cedo ao terminal de ônibus. Usava roupas leves e chinelos, apesar do frio. Abraçava, com cuidado, um ramalhete de rosas vermelhas. Flores para seu amor, moço. Rosas para embelezar a sua casa, moça. (A mãe precisava do dinheiro).
À tardinha, a menina continuava abraçada às flores, agora menos viçosas, mas ainda belas. Um grito. Correria. Alguém esbarra em Mariana e ela cai. As rosas espalhadas pelo terminal são pisoteadas pela multidão. Ela tenta recolher as flores. Ajudem por favor. (A mãe precisava do dinheiro).

Quando o último ônibus partiu, a vendedora de flores olhava para o que sobrou de suas rosas: pétalas esmigalhadas e galhos quebrados. Tinha os braços caídos, a barriga vazia e o olhar perdido. (A mãe precisava do dinheiro).

Comentário: A repetição (a mãe precisava do dinheiro) dita um bom ritmo ao conto, perturbando o leitor com o drama da jovem.


EQUIPE: OS CONTIDOS
JURADO/TÉCNICO: MARCOS PASCHE

ESCOLHIDOS POR MARCOS PASCHE:

1- De São Paulo, São Paulo (46 anos):
Pseudônimo: Luana Noslen
Título: Na geral

Humilde. Até o fim.
Sua cova era rasa.

Comentário: Outro belo exemplo de agudo poder de síntese. A imagem final dispensa qualquer descrição ou explicação acerca da humildade de quem se fala.

2- Do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro (33 anos):
Pseudônimo: Razec
Título: Tempo

            Uma vida pela frente. De repente, tudo fica para trás.

Comentário: Disse pouco, e disse tudo.

3- De Paraty, Rio de Janeiro (29 anos):
Pseudônimo: Ghost Writer
Título: Entranhas

Pariu. Lindo bebê cheirando a sangue fresco, perfeito em todas as suas partes, a vida em sua plenitude. Para ela, o lindo bebê era apenas a extensão de um falo sem nome que, contra a sua vontade, penetrou-a com ímpetos de violência em uma noite sem lua, sem estrelas e sem amor. 
Olhava para a criança, mas não via criança, via apenas uma bola de fogo, a mesma que sentiu sair de dentro de si. O que restava do falo, finalmente fora do seu corpo. Deixou-o ali, no mato. Houvesse anjo da guarda, a história teria um final feliz.

Comentário: O texto trata de uma realidade cortante com uma linguagem igualmente laminada. E o faz sem qualquer sentimentalismo previsível.

4- De Goiânia, Goiás (23 anos):
Pseudônimo: Maximiliano Burges
Título: A breve história do senhor de relógios

            Nasceu adiantando, mas morreu na hora certa.

Comentário: Epitáfio para apressados.

            5- De Londrina, Paraná (56 anos):
Pseudônimo: Poetastro
Título: O Favelado

            Foi roubar bombom e levou bala...

Comentário: Jogo semântico de apreciável criatividade. O título torna evidente o apontamento de certas disfunções sociais típicas do País.  

6- De Fortaleza, Ceará:
Pseudônimo: Avril
Título: Eis a resposta

Tapetes estendidos, sempre. Bajuladores de plantão a toda hora. O sinal fechou, surge uma pistola. ‘Sabe quem sou?’ Ouvem-se estampidos. Silenciou.

Comentário: A pergunta própria dos soberbos posta na boca de quem acaba com qualquer importância de maneira impiedosa soou como sutil penetrante ironia. Além do mais, é coisa que os ricos não conseguem aprender...

7-  De Maricá, Rio Janeiro (31 anos):
Pseudônimo: Castel
Título: Entradas e saídas

Entrei no bar. Troca de olhares, beijinho no rosto. Saímos do bar. Entramos no táxi. Carícias, beijo na boca. Saímos do táxi. Entramos no motel. Nudez, mão no sexo, flacidez, risada, escárnio, piada, empurrão, chute nas costas, soco na cara, gritos. Saímos do motel. Entrou na ambulância. Entrei na viatura policial.

Comentário: O conto realiza com maestria o princípio da síntese literária. A partir dos períodos curtos, o texto apresenta o enredo de maneira densa e veloz, com ações mínimas e plenas de significação.

8- De Curitiba, Paraná (60 anos):
Pseudônimo: Rerman Resto
Título: O Pai

Ele amanhecia lá sentado naquela cadeira verde num canto da cozinha. Uma vez falou, “tenho sono trevoso”. Parecia diminuído de tamanho, não fazia mais a barba,  falava quase nada. Eu não reconhecia meu pai naquele homem calado. Não era silêncio o dele, isso é coisa que se apercebe. Um frio sem voz o consumia.  Passei por ele chegado de fora, nem moveu a cabeça. Bebi sozinho o copo d´água  do filtro que perguntei em vão se queria. E pesaram meus passos pela casa de há muito vazia de mãe. A foto minha no porta  retrato não me dizia respeito. A agulha do tempo esgarçava um tecido roto. Quando olhei o espelho me dei conta de parecer agora o pai.  Os olhos negaram me ver. Viam o pai no vidro embaciado da memória.


Comentário: É um texto de alta carga emotiva, e o narrador não permite que ela se derrame por um só momento, na mesma medida em que cuida para que ela não perca sua densidade a cada instante da narrativa. Particularmente, tocou-me bastante.

9-  De Juiz de Fora, Minas Gerais:
Pseudônimo: Felipe Nostradamus
Título: Máquina do tempo
           
            Estava passeando pelo futuro, mas o celular tocou.

Comentário: Precisa observação da contemporaneidade, quando cresce a sensação de não haver oportunidade para ninguém se permitir momentos de distração e autoevasão.

10- De Palmas, Tocantins (43 anos):
Pseudônimo: Gonzo Kastrowiski
Título: Decepção

            Apaixonado, ele foi ao encontro dela. Voltou vazio de si.

Comentário: O subentendimento existente entre a ação inicial e a ação final tem substantiva eloquência. 

11- Do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro (29 anos):
Pseudônimo: Autor Desconhecido
Título: O velório

10 horas. Wellington morreu há 10 minutos. Parece que vai fazer 40 graus. “E domingo, só chuva.” João, distraído, quase pisa a perna do menino. “Ah, esses viciados.” Wellington está de lado, o rosto sobre o braço direito. Sua mão toca o muro baixo que sustenta as grades do edifício. Atrás das grades, um jardim. 13 horas. No Centro, o movimento se intensifica na hora do almoço. “Árvore, pedra portuguesa, gente estirada... não tem como!” Wellington estreita a passagem. Ao buscar o celular na bolsa, Isabel deixa cair o batom, que para nas costas de Wellington. Receosa, se abaixa devagar e, com a ponta dos dedos, alcança o objeto. “Oi, estou chegando. Já pegaram mesa?” 16 horas. A rua está mais vazia. Luís observa o corpo inerte. “Não... deve estar dormindo.” 19 horas. Escureceu. Marcio aperta dois dedos no pescoço de Wellington. “Nada... liga para polícia... bem garoto, né?”

Comentário: Um retrato fiel da indiferença humana, a qual prevalece nas ruas das metrópoles.

12- De Brasília, Distrito Federal (56 anos):
Pseudônimo: Anima Brevis
Título: Tudo fake, com “f” de f...
                          
Passou mal na quarta-feira de cinzas, agarrado às tetas fake de uma loira fake. Desmaiou na avenida, sobre poças de cerveja e mijo, aos gritos de “morreu, morreu!”. Só soube que ainda estava vivo quando abriu os olhos e viu simpáticos serafins e querubins mimosos dançando valsa ao seu redor. Sorriu feliz. Estava apenas desacordado. Se estivesse morto, haveria chifres, cascos, choro e ranger de dentes. E um cheiro terrível de enxofre. E um rock’n roll do cacete! Não, não era a morte. Era só um céu fake.


Comentário: O miniconto de fake não tem nada. Um humor interessante o permeia.


Pronto, meus amigos! Chegamos ao fim da primeira etapa do certame! Com os 48 classificados, divididos em 4 equipes, de excelentes jurados, vamos agora nos preparar para a segunda fase, a qual já fora explicada neste post. Aos classificados, não deixe de enviar seus minicontos até as 23:59hs. deste domingo. Aquele que não quiser prosseguir na disputa, por favor, declarem com antecedência para que possa ser substituído. E-mail para envio dos minicontos e dúvidas: blogautoressa@gmail.com

 Boa sorte a todos e sucesso a todos que se inscreveram!




AUTORES S/A: SEMPRE SURPREENDENDO VOCÊ!


37 comentários:

Boa tarde! Esses 48 escolhidos serão publicados (ao invés de apenas 20, conforme regulamento inicial)?

Atencisamente,
Higor Eduardo

Boa tarde, Higor!

Não há, ainda, garantia de publicação na antologia para estes 48. A priori, os jurados escolheriam apenas 5 autores. Mas, devido a grande quantidade e à qualidade dos minicontos, ampliamos para 12 escolhidos - para cada jurado. Em breve, explicaremos como funcionará a segunda fase. Lembrando: para a antologia, serão selecionados os MELHORES MINICONTOS do concurso, ok?

Boa sorte!
Lohan

olá, os classificados para segunda fase terão que enviar outro miniconto? E o miniconto já classificado entre os 48? Ele será desprezado?

Olá, Jairo!

Sim, o concurso do Autores S/A é dividido em fases eliminatórias. A cada classificação, explicamos como funciona a fase posterior.

Os minicontos desta fase podem ou não entrar na antologia. Conforme já foi dito, na antologia entrarão os MELHORES MINICONTOS do concurso, independente da fase que ele foi classificado, ok?

Boa sorte!
Autores S/A

Pessoal, boa tarde!

Os 48 classificados vão ser indicados aqui até amanhã? É que não vi meu nome/pseudônimo/conto nem aqui entre os classificados, nem entre as menções honrosas, nem na lista dos desclassificados.

E agora?

Abraços,
Mario Cavalcanti.

Pena que o regulamento não vai ser seguido e que só ficamos sabendo disso hoje.


" Quatro jurados [...] farão a leitura e o julgamento de todos os minicontos inscritos. [...] cada um deles irá escolher 5 autores inscritos, os quais serão classificados para a próxima fase.

[...]

Todos os 20 classificados serão publicados e todos os 20 receberão, cada um deles, 01 (um) exemplar da antologia. "

"Não há, ainda, garantia de publicação na antologia para estes 48. A priori, os jurados escolheriam apenas 5 autores. Mas, devido a grande quantidade e à qualidade dos minicontos, ampliamos para 12 escolhidos - para cada jurado. [...]"

"olá, os classificados para segunda fase terão que enviar outro miniconto? E o miniconto já classificado entre os 48? Ele será desprezado?

[...]

Sim, o concurso do Autores S/A é dividido em fases eliminatórias. A cada classificação, explicamos como funciona a fase posterior.

Os minicontos desta fase podem ou não entrar na antologia."

Caro Higor,

Muito boa a sua análise comparativa dos discursos, porém, se faz importante considerar as circunstâncias e, por conseguinte, a mudança realizada.

Conforme foi dito, o número de inscrições superou nossas expectativas e, por conta disso, decidimos aumentar o número de vagas.

Não nos referiríamos a esta mudança como ''pena''. Afinal, demos mais chances de classificação aos candidatos, e o dado do regulamento ressaltado em seu comentário irá se manter - só que uma fase adiante. Dos 48, cada jurado escolherá 5, e, por fim, restarão 20 autores. Os 20 autores que serão classificados NÃO serão prejudicados por esta mudança, e, além disso, os que não forem classificados ainda TERÃO CHANCES de verem o seu miniconto publicado na antologia também, afinal, faremos uma seleção dos MELHORES MINICONTOS do concurso, independente da fase em que ficaram.

E sim: todos os 20 classificados posteriormente receberão 1 exemplar da antologia. Com possibilidade de outros ainda, que não forem classificados, receberem também - caso tenham seus minicontos incluídos no livro.

Esperamos ter esclarecido este fato.
Boa sorte a todos,
Autores S/A

Aguardamos ansiosos a publicação dos demais nomes.
Sai mais uma listinha hoje ou só amanhã?

Sim, ficou esclarecido, mas corre-se o risco de, algum dos 48 autores selecionados, por não saber ou não ter tempo hábil de escrever o novo miniconto deixar de ter seu miniconto publicado (caso tivesse sido um dos 20 selecionados, levando em conta o regulamento).

Na minha opinião teria sido mais transparente se essa mudança tivesse sido comunicada um pouco antes (já que é provável que a organização do concurso já sabia dela a algum tempo).

Um outro ponto é que os últimos candidatos divulgados no post terão menos tempo que os primeiros pra escrever o novo miniconto que os primeiros.

corrigindo... hehe

*Um outro ponto é que os últimos candidatos divulgados no post terão menos tempo que os primeiros pra escrever o novo miniconto.

Ainda não surgiu o meu............... será divulgada alguma listagem ainda hoje? Grato!

Bom dia!
Pelo que contei, cada jurado já tem 12 minicontistas. Se ainda vai haver mais selecionados, quantos serão por equipe?

Uma pena as regras terem mudado ao longo do concurso. É muito mais justo quando todos os jurados leem os minicontos. Dividindo os textos entre eles (e as escolhas, por consequência), ficamos sujeitos aos gostos pessoais e nada mais. Quase vira loteria. Uma pena.

Enfim, parabéns aos selecionados e boa sorte ao certame.

Caros,

Fiz um questionamento acima que não foi respondido. Espero resposta. Até agora não vi meu miniconto em lista alguma e, pelo que sei, foi muito bem recebido no prazo, tanto que vocês me enviaram e-mail divulgando um trabalho de um dos organizadores do concurso e tudo mais.

Espero o quanto antes a resposta devida. O miniconto é o "Aula de alemão".

Certo do respeito de todos, fico no aguardo.

Att.,
Mario.

Gostei muito do que li. A maioria dos selecionados mostrou muito talento! Parabéns!
Infelizmente eu não estou aqui, mas gostei do que não escrevi!

Para esta segunda fase o conto deve ser inédito?
Viajo hoje, daqui a pouco, e ficarei sem internet até terça-feira, dia 7

Bom dia a todos,

Vamos às respostas:

- ''Notícias Gerais'': todos os 12, de cada equipe, já foram selecionados, logo, a lista está completa. Totalizamos 48 classificados. Agradecemos pela sua participação, minha cara!

- ''Anônimo": Não, nós não modificamos o regulamento nesse sentido. Todos os quatro jurados leram todos os minicontos. Conforme faziam suas escolhas, comunicavam aos demais que, por sua vez, não poderiam escolher os mesmos.

- ''Mario'': Caríssimo, o seu miniconto não consta na lista dos desclassificados AUTOMATICAMENTE, ou seja, ele passou pelo crivo dos quatro jurados e, infelizmente, não foi aprovado. Por isso não consta em nenhuma das listas. Está havendo uma confusão em relação a isso, portanto, já deixamos esclarecido aqui: quem não constar em nenhuma das listas, é porque não foi aprovado pelos jurados.

- "Anônimo": Não, como não foi especificado que o miniconto deveria ser inédito, ele não precisará ser inédito nesta fase. A partir da próxima fase, sim, todos terão de ser inéditos.

Agradecemos a todos pela compreensão.
Autores S/A


Bom dia.
Parabéns aos selecionados e aos organizadores. Realmente há excelentes textos. Em especial Casa de Bonecas realmente me arrepiou ao ler. Conciso e trazendo no bojo uma mensagem fantástica. Isso entre outros tantos bons textos.
CONTUDO há que se ponderar duas coisas:

01 - Mudança de regras no meio do certame, o que tornou a seleção incerta.
02 - Me perdoe quem fez a escolha, mas "Não Chora. A vida é isso aí" é expressão popular e não um conto. Creio que muitas mães e avós já cansaram de nos dar este mesmo conselho em diferentes versões conforme a região do pais. Sendo assim, se alguém postasse "FAZ PARTE!" ou "RELAXA" seria considerado um miniconto? Confesso que fiquei confuso com esta escolha em particular.

Só para contar
Música da Vanusa da década de Oitenta chamada Sem Mistério:
"Tente descobrir
A vida é isso aí!"
Música de Milton Nascimento, A Vida
"AMIGOS CHEGAVAM DIZENDO
QUE A VIDA É ISSO AÍ"

E por aí vai. Não vejo sentido em premiar algo que já foi cantado por grandes sucessos da MPB faz duas décadas.

Lohan, o miniconto pra segunda fase deverá ser inédito?

Este comentário foi removido pelo autor.

Parabéns aos selecionados!
Não sou um deles, infelizmente.
Um porém: essa coisa de todos lerem os contos e "avisarem" aos outros jurados sobre os que não deveria ser escolhido, me parece um tanto estranho.
Penso que o correto seria: 1)cada jurado selecionar seus contos sem comunicar ao outro - o segredo da escolha é importante. 2) os contos selecionados repetidamente por diferentes jurados seriam, sim, os classificados. 3) Para preencher lacunas, cada jurado teria outra reserva de contos em ordem classificatória.
Talvez, os organizadores dediquem certa atenção sobre esta humilde sugestão.
Sucesso!

PI -PI-PI-PI-PI-PI-PI-PI: Olha o recalque chegando, gente!!! Ah, Thiago Fabris Rendelli, comvenhamos, né?! Só Glamour, meu amor, só os glamourosos passaram, queridooooo. Contente-se. Volta pra garrafa, viu! Bjusss... Fui!



Maria Vanúbia

Claro, só os glamourosos passam. Você tem razão. Vou até excluir meu comentário.

Numa boa ... Alguns textos, sim, estão elogiáveis e acho que mereciam todos o primeiro lugar ... De outro lado há alguns (quase metade) de péssima qualidade, batidos e repisados, reproduzidos, nada originais ... Faltou muito critério por parte dos jurados ...

Parabéns aos classificados e boa sorte para a segunda fase...melhor que a minha na primeira....

Prezados, fiquei com uma dúvida: existe uma ordem de classificação entre os 12 escolhidos por cada jurado ou a ordem em que os contos aparecem é aleatória? Grato,

Me encantei com os mini-contos.
Todos de ótima qualidade.
Com os comentários ficam melhores ainda!
Parabéns a todos.

Olá a todos;
Escritores, organizadores, amantes da língua, da palavra, da verdade inventada, da mentira real, do grito silencioso, do silêncio que ensurdece. Parabéns aos classificados, gostaria muito de estar dentre os 48, mas não estou. Talvez porque eu tenha cometido um grave pecado: Eu não sei (ou não sabia) o que é um miniconto. Como contista, tentei pegar uma ideia que poderia ser desenvolvida em muitas linhas e laudas e a enxuguei, a reduzi. Errei. André Sant'anna me deu essa iluminação ao dizer: "Outro critério fundamental para mim é perceber que o conto só poderia ser escrito como miniconto". Eu não sabia! E só descobri isso ao ler, encantado, os minicontos aqui publicados. Não fui agraciado com a classificação, mas meio que me eduquei sobre as exigências de um gênero literário que me era estranho. Agora sei: Miniconto não é um continho... Na verdade, pode ser uma vida inteira, em dez linhas, em quatro palavras. Sucesso aos que continuam! Adorei a experiência!

Bom dia a todos,

Esclarecendo a questão da avaliação dos jurados: eles não comunicavam suas escolhas entre eles. As escolhas eram repassadas para a organização que, ao detectarem escolhas iguais, aí sim, comunicava ao jurado que escolheu depois. Ou seja, o jurado que escolheu primeiro sempre teve preferência sobre os demais.

Então, reiterando: somente as escolhas iguais eram comunicadas para que fossem substituídas. Cada jurado mantinha, sim, uma reserva, no caso de haver esse fato.

Quanto aos minicontos para a SEGUNDA FASE: Como não consta no aviso que o miniconto deve ser INÉDITO, ele não precisa ser inédito. Ainda.

Sucesso a todos!
Autores S/A

Parabéns aos classificados, gostaria muito de estar entre os finalistas, mas não deu... abração!!

Ótimos continhos! Não entrei, mas pirei. Assim como o Emerson disse aí em cima, me está sendo muito útil lê-los. Quero a segunda edição do concurso!

Prezados Senhores,
Venho solicitar dessa instituição(via email) o motivo técnico do miniconto não ter sido escolhido. Muito obrigado.
ubirajaravieiraxavier@yahoo.com.br ( O mesmo foi questionado por críticos literários) Agradeço muitíssimo.

vc/alguem pode me ajudar a escrever um miniconto baseado no livro a megera domada ????????????????????????

Até a presente data não recebi informes de minha solicitação anterior...gostaria de uma atenção dessa conceituada Instituição.

A transparência é o melhor significado para vida e a sociedade de uma maneira geral. Sem ela seremos todos inválidos.(eu) Ubirajara vieira xavier.

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