“Quando
acordou, o dinossauro ainda estava lá.”
(Augusto Monterroso)
E
é com o miniconto mais famoso do mundo que damos início aos trabalhos do I
Concurso de Minicontos Autores S/A! 747 inscritos, de
todo o Brasil, e de várias partes do mundo, lutam por um lugar ao sol neste certame. Os quatro grandes jurados avaliaram
todos os minicontos durante 1 mês e meio e, agora, finalmente, será divulgado o
resultado de todo esse processo. Ansiosos? Pois aguentem firme!
Durante o dia de hoje (quinta-feira) e de amanhã (sexta-feira), os classificados para a próxima fase serão anunciados gradualmente, bem como os seus minicontos e os comentários que os jurados fizeram a respeito. Serão, ao todo, 48 classificados. Fiquem de olho vivo e segurem esse suspense!
Durante o dia de hoje (quinta-feira) e de amanhã (sexta-feira), os classificados para a próxima fase serão anunciados gradualmente, bem como os seus minicontos e os comentários que os jurados fizeram a respeito. Serão, ao todo, 48 classificados. Fiquem de olho vivo e segurem esse suspense!
Agora, é hora de ficar por dentro de algumas
estatísticas geográficas do certame. De onde veio toda essa gente? Vejam,
abaixo, nos mapas:
DOS 747 INSCRITOS...
(para melhor visualização, clique na imagem)
(para melhor visualização, clique na imagem)
Infelizmente,
muitos autores tiveram de ser desclassificados automaticamente. Muitos não
prezaram pela atenção ao lerem o regulamento e cometeram erros fatais, como
enviar o miniconto com mais de 150 palavras; ou enviar um texto em forma de
poema, ou seja, não condizendo com a estrutura de um miniconto. Antes de
realizarem uma inscrição desse porte, é fundamental que o autor tenha
consciência, pelo menos, da estrutura de um miniconto e, claro: ficar a par de
todo o regulamento do concurso.
Para que ninguém adquira a dúvida se
sua inscrição foi validada ou não, iremos listar, abaixo, todos os títulos e
pseudônimos que foram ELIMINADOS automaticamente,
ou seja, sequer passaram pelo crivo dos jurados. Leiam com atenção e verifiquem
se vossos nomes constam nesta listagem.
CONFIRAM, ATRAVÉS DO LINK ABAIXO, OS MINICONTOS DESCLASSIFICADOS:
A BANCA DE JURADOS E A SELEÇÃO
A bancada do I Concurso de Minicontos
Autores S/A é composta por quatro
jurados oficiais. No entanto, além de jurados, eles farão o papel de técnicos também. Surpresos? Pois é isso
mesmo!
Cada um deles montou uma equipe (com nome e tudo), com 12 (doze) minicontistas, cada. A partir de agora, até a culminância do certame, os
autores de uma mesma equipe terão de se enfrentar, em rodadas eliminatórias.
Isso aumentou e muito a
responsabilidade dos jurados. Suas escolhas foram e, durante o concurso, serão
determinantes para que o vencedor(a) seja eleito(a).
Querem conhecer os
responsáveis por essa seleção? É, eles não tiveram vida fácil não... Abaixo, os
nossos queridos jurados/técnicos!
ANDRÉ
SANT'ANNA
EQUIPE: RAPIDINHOS
Atualmente, reside em
São Paulo. Filho do escritor Sérgio Sant'Anna, foi compositor e contrabaixista
da banda “Tao e Qual”, nos anos 80. É publicitário e
roteirista. Publicou os livros "Amor", "Sexo",
"Amor e outras histórias", "O paraíso é bem bacana"
(finalista do Prêmio Portugal Telecom), "Sexo e amizade", e
"Inverdades". Possui uma crônica na antologia das "Cem
Melhores Crônicas Brasileiras", da Editora Objetiva.
LEILA
MÍCCOLIS
EQUIPE: MAX MINIS
Carioca, atualmente
reside no Rio de Janeiro. Advogada (embora não exerça a profissão atualmente), Mestre
e Doutora em Ciência da Literatura (Teoria Literária) pela UFRJ (fazendo o
pós-doutoramento), Leila é escritora, roteirista, dramaturga e editora. Possui 30
obras publicadas - em diversos países. Já escreveu telenovelas para a Rede
Manchete e Rede Globo, entre elas, “Kananga no Japão”, "Mandacaru" e
"Barriga de Aluguel”. Ministra cursos online de
teledramaturgia. Elaborou verbetes para a “Enciclopédia de Literatura
Brasileira” (MEC/OLAC). Já organizou, juntamente com Urhacy Faustino, duas "Antologias de Poetas Internautas". Faz parte, ao lado de poetas como
Torquato Neto, Antonio Carlos Secchin e Ana Cristina Cesar, da antologia “26
poetas hoje”, organizada por Heloísa Buarque de Hollanda. Publicou o
"Catálogo da Imprensa Alternativa". Coedita há dezesseis anos o site "Blocos
Online".
MARCOS
PASCHE
EQUIPE: OS CONTIDOS
Atualmente, reside no
Rio de Janeiro. Mestre e Doutorando em Literatura Brasileira pela
UFRJ, com foco na poesia contemporânea. Professor, editor e crítico
literário. Atua como professor na Faculdade de Letras da UFRJ. Autor do livro
"De pedra e de carne: artigos sobre autores vivos e outros nem tanto"
(2012).
PAULO
FODRA
EQUIPE: INSÓLITOS
Atualmente, reside em
São Paulo. Formado em Arquitetura, Paulo Fodra trabalha com Marketing e
Branding. É músico, atuante na banda “Chevy 69”. Publicou os livros "Deus
Ex Machina - Anjos e Demônios na Era do Vapor", "Insólito -
microalucinações" (livro de minicontos); e participa das antologias
"2013 - Ano Um" e "SOS - A Maldição
do Titanic". Foi um dos jurados oficiais do II Concurso de
Poesia Autores S/A.
AVISO IMPORTANTE
Aos que forem sendo anunciados como classificados, a organização pede
que não haja quaisquer contatos com os jurados supracitados. Caso algum
autor(a) tente contato com algum dos jurados acima, será sumariamente eliminado
da competição. Os jurados foram orientados a denunciarem este tipo de conduta.
Aos que, por ventura, já tenham contatos com os jurados, por favor, evitem se
comunicar sobre o concurso ou revelar vossos pseudônimos. É de suma importância
que se mantenha a ética do concurso, e para que isso aconteça, os competidores
também precisam fazer sua parte.
O que os nossos jurados
levaram em consideração na hora da avaliação e seleção dos minicontos? O que
eles pensam a respeito deste gênero? Confiram, abaixo, e calculem, concorrentes
- pelas respostas deles - se seus minicontos podem ou não estar na próxima
fase!
Lohan:
O gênero ''miniconto'', no Brasil, ainda não tem sido tão difundido em
antologias ou mesmo em livros autorais. Não obstante essa afirmação, foram
recebidas 747 inscrições, de todo o Brasil e de outras partes do mundo. Como
isso se explica? O que falta são meios para que haja essa difusão e um
recrudescimento desse gênero no país?
André
Sant’anna: Acho que o mini e o micro conto têm uma difusão
razoável no Brasil. O Marcelino Freire organizou uma antologia com escritores
brasileiros representativos e temos sempre que lembrar do Dalton Trevisan, que
é o “cara” do mini conto.
Leila
Míccolis: Trata-se de proposta estética recente, portanto em
início de ascensão. Prevejo cada vez mais um maior enraizamento dela no campo
da literatura nacional, principalmente por ser condizente com a atual época,
que privilegia a cultura imediatista, a rapidez e a velocidade da
comunicação.
Marcos
Pasche: Talvez o "miniconto" não seja tão
explorado por conta de uma "natural" extensão discursiva solicitada
pela narrativa. Diferentemente do que ocorre com a expressão poética, o
minimalismo narrativo pode significar amputação mesmo de um eventual mínimo a
dizer. Vários fatores podem explicação a massiva procura por um concurso. Em
especial, cito a busca dos autores pela divulgação de seu trabalho.
Paulo
Fodra: Minicontos e microcontos, apesar de não constituírem
um gênero exatamente novo, ganharam um impulso bastante recente com a
popularização das plataformas sociais, como o Twitter. Apesar disso, ainda são
vistos pelo público e pelo mercado editorial como um gênero menor da ficção.
Talvez pela velocidade da experiência, que tem tudo a ver com as plataformas
digitais, porém se conecta pouco com os leitores mais "analógicos",
que tendem a preferir a imersão em histórias mais longas e desenvolvidas. Na
minha opinião, esse processo é bastante natural.
Há uma impressão de
aparente "facilidade" na confecção das micronarrativas, o que tem
levado um grande número de pessoas a conduzirem suas próprias experimentações
nessa área. Se, em um primeiro momento, o aumento do interesse em
micronarrativas é positivo, em um segundo momento, gera um excesso de material
produzido em que se torna cada vez mais difícil selecionar e destacar a
produção de qualidade, o que pode desencadear uma subsequente perda de
interesse do público em geral, afogado em torrentes de material de média e
baixa qualidade. Sendo assim, acho que faltam, principalmente no Brasil,
veículos que facilitem ao leitor esse trabalho de seleção e acompanhamento da
produção de qualidade.
Lohan:
Quais foram os parâmetros escolhidos por você para a avaliação e seleção
dos minicontos? Existe algum detalhe especial que possa despertar o seu
interesse pelo texto (como temática, intertextualidade, criatividade, técnica)?
André
Sant’anna: O principal é a intuição. O bom conto é aquele que
me provoca algum tipo de emoção ou excitação intelectual. Outro critério
fundamental para mim é perceber que o conto só poderia ser escrito como
miniconto. Estou percebendo que muitos dos concorrentes tentam encaixar um
romance inteiro no espaço de 150 palavras. A maior parte dos contos que
selecionei são exatamente os contos mais curtos, com o número exato de palavras
necessárias.
Leila
Míccolis: Meus parâmetros: técnica, literariedade,
criatividade.
Marcos
Pasche: Meu parâmetro principal não é diferente do de
muitos avaliadores de concurso: a identificação, no texto, de um feliz encontro
entre forma desenvolvida e pensamento emitido, englobando nisso a criatividade
e a originalidade.
Paulo
Fodra: Criando e acompanhando a produção de
micronarrativas há algum tempo, acabei identificando algumas soluções
recorrentes, ou "forminhas", em torno das quais é possível produzir
com relativa facilidade. Na minha avaliação pessoal dos microcontos, dei
especial atenção para as soluções inovadoras, ou que ao menos fizeram uso
criativo das tais "forminhas", criando micronarrativas que explorem a
tridimensionalidade das palavras para compensar a falta de "espaço"
para desenvolvimento das ideias.
Agora, durante o dia de
hoje (quinta-feira) e de amanhã (sexta-feira), estaremos divulgando, pouco a
pouco, os nomes dos classificados em suas RESPECTIVAS EQUIPES. Fique atento,
pois, a qualquer momento, o seu miniconto pode figurar nesta postagem!
MENÇÕES
HONROSAS
Os minicontos abaixo
não foram classificados para a próxima fase, mas, por motivos espetaculares,
merecem a menção nesta postagem. Abaixo:
Embora não pudesse ser
escrito em outra língua que não fosse a portuguesa, nós tivemos a honra de
receber um miniconto em língua espanhola, da Colômbia. Por este motivo, eis a
menção do miniconto “Sentencia”:
Pseudônimo:
Sigfrido
Título:
Sentencia
Solamente cuando llegó
a contemplar los pies de la amada, comprendió la sentencia de la selva: todos
los seres son comestibles excepto aquellos que caminan sobre sus uñas.
^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^
16/03/2005. Esta é a
data de nascimento da participante mais nova da competição. Com apenas 07
(sete) anos de idade, “Inezita”, de Funchal, Portugal, enviou o miniconto “A
Bailarina Mágica”. Parabéns pela iniciativa e continue sempre assim! Eis o miniconto:
Pseudônimo: Inezita
Título: A Bailarina
Mágica
Angélica era uma menina
de onze anos que sonhava um dia ser uma bailarina profissional. A dança era sem
dúvida o seu maior prazer. As suas perninhas esbeltas, embora aparentemente
frágeis, parecia na verdade, que tinham vida, por serem tão ligeiras e ao mesmo
tempo tão acertivas nos movimentos que Angélica fazia com elas, pois, na
verdade, a menina dançava mesmo muito bem; mas, havia um problema com a nossa
Angélica: os seus pais eram pobres e não tinham condições para matricular a
menina na escola de ballet da cidade. Mas uma grande surpresa estava prestes a
acontecer...
Certa noite, Angélica
teve um sonho em que aparecia uma Fada que lhe dizia assim:
-Angélica, aparece amanhã no espetáculo e mostra o teu talento também!
-Angélica, aparece amanhã no espetáculo e mostra o teu talento também!
Quando chegou o momento
do espetáculo, Angélica dançou com todas as suas forças, e, como por magia, a
sua vida mudou a partir desse dia!
^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^
08/05/1933. Ela foi a
autora mais velha que se inscreveu na competição. Com seus 79 anos, beirando os
80, “Mariam Chancce”, de Nova Iguaçu, Rio de Janeiro, inscreveu o miniconto “Olhos
cor de mel”. Infelizmente, o seu miniconto foi eliminado automaticamente, por
conter 200 palavras. Apesar disso, decidimos postá-lo, como menção honrosa. Tenham
a honra de lê-lo:
Pseudônimo:
Mariam Chancce
Título:
Olhos cor de mel
Quando nasceu, as
minúsculas gotinhas de suor se misturaram com o choro no rosto de sua mãe. Tão
frágil e magricela, que a impressão que se tinha ao olhar para ela durante a
gravidez, era que fosse partir em dois pedaços.
A criança tinha lindos
olhos cor de mel, apelido que levaria pela vida inteira, não pelos olhos, e sim
por abreviatura do nome, Melissa. Não fora concebida em uma noite de
paixão e gemidos altos, tampouco de amor repleto de carícias. Naquela noite,
conflituavam objetivos diferentes: necessidade fisiológica masculina, e
desespero de uma mulher, louca com o fracasso de um casamento rotineiro e uma
sequência assustadora de traições.
Foi uma surpresa quando
encontraram Mel, em uma chuvosa sexta-feira, com as roupas sujas, os olhos
vermelhos, e o canto do lábio inferior machucado. Em casa, levou uma surra e um
sermão.
Fora mandada para uma
clínica de recuperação de dependentes químicos tantas vezes que pararam de
contar.
Mel nunca recebia
visitas, a não ser dos seus próprios medos e demônios.
Na parede do quarto onde ela suspirou pela última vez, havia um escrito que atormentou o médico por noites seguidas:
Na parede do quarto onde ela suspirou pela última vez, havia um escrito que atormentou o médico por noites seguidas:
"Vivi em uma
família tão pobre, que só tinha dinheiro."
3- De
Sobradinho, Distrito Federal (30 anos):
Pseudônimo: Ana Lina
5- De
Londrina, Paraná (56 anos):
AS EQUIPES E OS CLASSIFICADOS
Por aqui, serão anunciados os classificados.
Fique atento à equipe que você pertence! Gradualmente, iremos anunciar um
miniconto classificado.
De antemão, explicaremos a SEGUNDA FASE do concurso.
Como funcionará? É simples: todos os
48 classificados terão que enviar,
até o próximo domingo, 05/05/13, um
miniconto de TEMA LIVRE, com no máximo
150 PALAVRAS (o título não entra na contagem), e a devida identificação pelo mesmo pseudônimo, para o e-mail do concurso de
minicontos, que é: blogautoressa@gmail.com
Na segunda fase, serão classificados
apenas 05 autores por equipe. Ou
seja, os jurados/técnicos irão selecionar, dentro de suas equipes, 05 dos 12
autores. Entendido?
Agora, vamos ao que interessa! Quem
terá a chance de disputar a segunda fase? Os números, abaixo, serão preenchidos
gradualmente:
Observação: na primeira fase, os jurados só tiveram como informação
o pseudônimo e o miniconto dos autores.
EQUIPE: INSÓLITOS
JURADO/ TÉCNICO: PAULO FODRA
ESCOLHIDOS POR PAULO FODRA:
1-
Do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro (28 anos):
Pseudônimo:
Finado Severino
Título:
Tão perto, tão longe
– Aquele copo estava meio suspeito. Eu
tive um mau pressentimento, mas estávamos
em uma festa, entre amigos, o que podia
dar errado?
Aqueles olhos ariscos
fitaram-me pela primeira vez após meses.
– Tudo... Deu tudo errado. Aquele
nojento! Desgraçado...
As lágrimas começaram a
jorrar em abundância. Levantei-me para abraçá-la e, de imediato, fui repelido
por um gesto brusco. Ela recolheu-se a um canto do sofá. O silêncio da sala
tornou-se denso. O espaço entre nós, um deserto.
Comentário:
Primoroso conto em que o que fala mais alto é o que não está escrito. Altamente
perturbador.
2- De
Guaratinguetá, São Paulo (39 anos):
Pseudônimo:
Névio Burgos
Título:
Al dente
Olhos famintos, boca
salivante, bife suculento e os dentes no protético.
Comentário:
Grande poder de síntese, bom desenvolvimento narrativo. Espero que de onde veio
esse microconto, venha muito mais.
3- De
Curitiba, Paraná (33 anos):
Pseudônimo:
Nana Rodrigues
Título:
A Viciada
Só mais uma carreira,
dizia. Ele ralhava. Ela chorava: Vai ser a última! Ele desacreditou. Ontem era
modelo, antes motorista. Ele não aceitava mais nenhuma carreira. Nenhuma!
Comentário:
O uso criativo dos significados das palavras deu bastante volume a esse
microconto, criando novas camadas de leitura.
4- De
Divinópolis, Minas Gerais (41 anos):
Pseudônimo:
LF MG
Título:
Fim
Era uma tarde como
outra qualquer. Ninguém passava pela rua. Ninguém passava pela sua vida.
Ouviu-se apenas um grito distante e um barulho cheirando à morte. Ela havia
pulado do décimo quarto andar levando consigo apenas dezesseis anos de solidão
e abandono. Os pais estavam do outro lado do mundo, a negócios.
Comentário:
Esse conto se vale de contrastes para gerar um efeito chocante. Poderia ter
ficado bobo ou piegas, mas ficou bastante valorizado pela escolha das palavras.
5- De
Maricá, Rio de Janeiro (48 anos):
Pseudônimo: Larissa
Cavalcante
Título: Obsceno
Título: Obsceno
O que te prende entre
quatro paredes? Por que você não faz o que tem vontade e pronto? Quer ousar,
experimentar? Vá em frente, garota.
Eu travava comigo mais
ou menos esse diálogo enquanto meu homem me acariciava as ancas com dedos cada
vez mais ousados e usados na minha reentrância posterior. Aquilo me arrepiava
inteira, eu já estava toda úmida e inchada, mas ainda comprimia as partes,
dificultando as manobras gentis de meu paciente parceiro.
Ele então me penetrou novamente, na mesma posição lateral em que nos
encontrávamos, e naquele êxtase prolongado mal percebi quando seu membro
escorregou e aportou no meu pequenino orifício forçando uma entrada apertada,
muito apertada. Meu gemido baixinho foi um sinal assertivo e meu companheiro
besuntou-me com azeite e me sussurrou mentiras ao pé do ouvido. Fingi acreditar
e permiti que escorregassem, junto com o óleo, todos os meus falsos pudores.
Comentário:
Apesar de prolixo, esse conto tem o seu charme. Gostei da crueza ousada, e do
arremate perfeito. Resta saber se a autora conseguirá se virar bem sem se
apoiar no erotismo. Ou se ainda tem muita sacanagem pra queimar...
6- De
Caxias do Sul, Rio Grande do Sul (55 anos):
Pseudônimo:
Quartzo Rosa
Título:
Caminhos Tortuosos
Era um menino bonito.
Era inteligente. Foi crescendo. Conhecendo gente. Um dia, os amigos lhe
apresentaram um bonde. Pegou o bonde errado. Eles faziam de tudo. Não cheiravam
o olor das flores. Não aspiravam a brisa da manhã, a fumaça impedia. A pedra
que conheciam não era a de Drummond. Levavam objetos alheios. Sentavam à margem
da vida. Já não era mais bonito. A inteligência se perdera nos bolsos furados.
Até que conheceu balas que não eram de hortelã.
Comentário:
Premissa inteligente, executada com um bom encadeamento narrativo, usando metáforas
para dar dimensão à ideia.
7- De
Natal, Rio Grande do Norte (20 anos):
Pseudônimo:
Alice Melo
Título:
Lobo
Era lobisomem. Mas
convivia com a angústia de não poder ser lobo, apenas homem. Cansado de ser
sempre aquele de onde são esperados os mais bondosos feitos, decidiu que faria
tudo ao contrário, apenas uma única vez. Por toda uma noite, enquanto pôde ver
a Lua no céu, permitiu-se ser lobo. Rasgou roupas. As suas e a de outros.
Rasgou corpos. O seu e, principalmente, os de outros. Permitiu também ser
rasgado. E ao sangrar, libertou-se.
Percebeu que, num
impulso de agressividade, rasgara também a alma. O vazio animal transformara-se
em um vazio existencial. E se deu conta de que não poderia mais ser homem.
Apenas lobo.
Comentário:
Praticamente poético em suas metáforas da vida e do destino traçado. Um dos
poucos com uma pegada mais sobrenatural. Gostei bastante.
8- De
São Paulo, São Paulo (27 anos):
Pseudônimo:
Bárbara Mott
Título:
No hospital
Meses internado
esperando a morte, até que a viu, perto da enfermeira do turno da noite. Voltou
a acreditar em Deus, checou o hálito de doente, passou um pente nos cinco fios
de cabelo, agradeceu aos santos pela chance, apertou a fotografia embaixo do
travesseiro; o coração errou uma batida; a emoção de vê-la inundou os olhos.
Talvez houvesse tempo. Talvez houvesse cura. Mas não era ela.
Comentário:
Bastante fotográfico em sua narrativa, o autor conseguiu um efeito dinâmico
muito efetivo. Há sinais de intensa lapidação no texto.
9- De
Santo André, São Paulo (53 anos):
Pseudônimo:
Amélia Ben
Título:
Dois pesos e duas medidas
Enquanto ele
colecionava moedas de lugares que nunca fora, ela as distribuía nos lugares de
que voltara.
Comentário:
Ideia simples e bem executada, alcançando um bom efeito narrativo.
10- De
Nova Friburgo, Rio de Janeiro (46 anos):
Pseudônimo:
Pressuposto Epistemológico
Título:
Dedos mágicos
Com os médios, puxou os
olhos para o lado, para cima. Perfeito.
Com os polegares, mandou a papada pro espaço. Isso. Com os anulares, amenizou as olheiras. Era assim mesmo que
queria. Sorriu, mal movendo os lábios no rosto esticado. Até sentir a câimbra,
a rigidez na mão. Para a artrite não havia cura.
Comentário:
Aqui o autor utiliza todo o espaço apenas para preparar o fechamento preciso,
que transforma o conto em um verdadeiro soco no estômago.
11- De
São José dos Pinhais, Paraná (26 anos):
Pseudônimo:
Lenore Raven
Título:
Menino Estátua
Na beira da rodovia
movimentada o menino prateado ignora a favela a poucos metros; sob um calor de
quarenta graus ele fita, hipnotizado, as moedas prateadas e de valores baixos
dentro da lata. O sol forte reflete nas moedas e na tinta prateada que cobre
seu corpo... E ele pensa que talvez sua vida valha menos que aquele dinheiro.
Quando o sol baixa no horizonte o garoto desce o beco com sua bicicleta
prateada de pneu murcho. Em frente ao portão prateado, observa o rapaz portando
uma pistola automática também prateada, deposita seus valores na mão do indivíduo
e segue noite adentro, segurando forte sua encomenda envolta em papel prateado.
Recostado na cerca de madeira podre o garoto prateado admira, hipnotizado, o
brilho da pedra amarelada e pensa, enquanto acende um cachimbo prateado...
Talvez sua vida valha, mesmo, menos que tudo.
Comentário:
Um bom conto de cunho social com foco na narrativa. Uso consistente de imagens
quase poéticas. Há muita coisa por detrás das entrelinhas do texto. Gosto dessa
densidade.
12- De Curitiba, Paraná (31 anos):
Pseudônimo:
Regis Guerra
Título:
A amazona
A guerreira persegue um
jovem pela campina. Ele tropeça em uma pedra e se estatela no chão. Ela salta
da montaria e aperta seu pequeno pé sobre o peito do rapaz. A vulva é
desvelada. Ela monta, agora, em sua presa e cavalga com violência. Saciada, ela
retorna à aldeia. O gozo escorrendo pelas coxas. Do mancebo, pela garganta,
escorre um gozo outro – rubro. A beldade e sua natureza bélica.
Comentário:
Imagens fortes costuradas com precisão. Vocabulário elegante. Agradou-me
bastante a pegada fantástica...
EQUIPE: MAX MINIS
JURADA/TÉCNICA: LEILA MÍCCOLIS
ESCOLHIDOS POR LEILA MÍCCOLIS:
1-
De João Pessoa, Paraíba (36 anos):
Pseudônimo: Machado
Título: A Cartomante
Título: A Cartomante
Ela foi seca:
- Perdeste um filho aos dez meses de
vida. Afogado. Ainda sentes muito, não?
Ele, desesperado, saiu
sem pagar a consulta. Camilo acabara de completar nove meses e vinte e dois
dias.
Comentário:
No
critério desta escolha pesou muito a concomitância de dois tipos de linguagem:
a literária e a cinematográfica: o presente prevendo o futuro (já passado) é um
modo bastante original e criativo de lidar com as idas e vindas dos tempos dramatúrgicos
(flashforward e flashback), e, ao mesmo tempo, uma maneira inteligente de
modernizar um tema épico clássico: a inexorabilidade do destino.
2- De
Salvador, Bahia (34 anos):
Pseudônimo: Hitchcock
Título: Casa de Bonecas
Título: Casa de Bonecas
Após
a quimioterapia, não havia quem conseguisse comunicar à Cecília que seu braço
seria amputado. Indiferente àquele dilema, Cecília brincava no quarto com suas
bonecas: todas carecas e com os braços cortados.
Comentário: Na literariedade desta
narrativa que beira o Grand Guignol, o teatro da crueldade está presente, em
seu propósito de abalar as estruturas defensivas, verbais e racionais. Por
outro lado, através do título (referência à peça de Ibsen) o texto me conduz a
outra possível leitura, direcionada ao terror massacrante do universo feminino
mutilado, refletindo-se na própria perspectiva de vida.
3-
Pseudônimo: Ana Lina
Título: Aos cais
Não se varrem portos.
Clara com o tempo sentia que o mar era
para todo mundo a felicidade que se desejava enxergar. O pai com Alzheimer
engolia sol e tardes ventando histórias. Mentiras?
- Outras roupas de verdades!
- Outras roupas de verdades!
Via nos pés do pai, ex-marujo, todas as
ruas navegadas: infância, abraços, sortes, telhados, sonhos, naufrágios, quando
ela pequena andou sozinha, o primeiro canário e toda a sua coleção de primeiras
coisas. Viu a mãe também. Silêncio. Aí parou:
- Tem ruas que não se seguem.
- Tem ruas que não se seguem.
Pregou uma plaquinha no dedo maior:
“Proibido para Clara”. Ausências?
- Partes chatas do corpo que acumulam poeira. Portos!
- Partes chatas do corpo que acumulam poeira. Portos!
Correu ao porto perto de casa e guardou
numa sacola plástica um pouco de brisa de mar para o pai. Adorava vê-lo colocar
a cabeça dentro. Lá do fundo, ele insistia:
- Fecha a cortina, senão o fundo do mar escapa.
- Fecha a cortina, senão o fundo do mar escapa.
Era sempre fundo o quarto.
Comentário:
Difícil
é aliar a prosa à poesia, preservando a textura e a integridade de ambas. Porém
neste texto gongórico contemporâneo, as duas se articulam nos cais, lugares de
chegadas e saídas de passageiros – no caso, do ex-marujo, que mesmo no final da
vida, em terra firme, continua navegando os oceanos de sua insanidade
degenerativa. E a filha penetra no mundo dele através do onírico, através de
metáforas que dão musicalidade à prosa, como doce berceuse a ninar a única
alegria que ainda resta a ele: lembrar-se do mar. Cais: símbolo e realidade,
lirismo e local de encontros e partidas entre amantes, entre amigos, entre
Clara e o pai.
4- De São Paulo, São Paulo (59 anos):
Pseudônimo: Helena
Título: Nunca mais
Estava tão apaixonada que lhe doou a obra completa de Fernando Pessoa. A
paixão passou e ela descobriu que não o amava e que ele nem gostava de poesia.
Comentário: Um
registro do day after. De
início, pensamos conhecer bastante o outro; depois que passam os arroubos da
paixão, percebemos que apenas projetamos nele a parte que mais gostamos em nós,
e que às vezes a distância nos distancia menos do real do que uma proximidade
aparente.
5- De
São Paulo, São Paulo (24 anos):
Pseudônimo: Magritte
Título: Desperdício
Título: Desperdício
Vinte
anos depositando flores na cova ao lado.
Comentário:
Eis a grandeza paradoxal da estética minimalista, capaz de conseguir contar em
apenas oito palavras uma história que, para ser preenchida, exige que se crie
outra(s) maior(es). Engano, desperdício de tempo, ou ato proposital? Como uma matrioska (boneca russa de encaixes), a
narrativa chega ao sumo, ao seu átomo (uma semente contendo a árvore),
sugerindo a conclusão de um texto em que o próprio receptor se flagra,
obrigatoriamente, como coautor.
6- De Belo Horizonte,
Minas Gerais (18 anos):
Pseudônimo: Teobaldo
Título: Hipertensão
Título: Hipertensão
Não
obstante ainda muito entusiasmasse o público, para ele houvera sua arte se
tornado um tanto tediosa. O equilibrista, por fim, decidiu que realizaria a
travessia ao ar livre, de torre a torre, sobre os fios de eletricidade.
Comentário:
Baseio a escolha deste texto em três fundamentos: na preciosa narrativa
minimalista, que conseguiu manter alta dramaticidade em trinta e oito palavras;
na habilidade dela captar a “anima” perfeccionista do artista, sempre
tediosamente insatisfeito com seu trabalho, e exigindo/cobrando sempre mais de
si; e no clímax, propositadamente não resolvido, forte, surpreendente, e
impressionante.
7- De Vianópolis, Goiás
(24 anos):
Pseudônimo: Sebastião Jones
Título: Ruídos no Sótão
Título: Ruídos no Sótão
Foi com passadas vagarosas
que o miúdo garoto subiu as escadas do orfanato em direção ao sótão. O terror
dominava todo seu corpo ao mesmo tempo em que ia se aproximando daqueles
gemidos assustadores.
Relatos de assombrações
ali eram constantes. Apesar de Juanito jamais ter tido alguma experiência
sobrenatural, as histórias que trafegavam pelas bocas de internos e tutores
eram de que as vítimas de mortes violentas permaneciam presas a este mundo. Muitos
escravos morreram naquele casarão centenário. Era, por isso, o ambiente perfeito
para causos misteriosos.
Os plangentes ruídos
tornavam-se mais fortes e roucos. O medo já se instalara em seu frágil coração
pueril, dominando sua alma e aprisionando seu corpo. Os degraus rangiam tal
qual a tampa do alçapão abrindo-se. Foi assim, com grande espanto, ao adentrar
no apertado cômodo, que o menino deparou-se com o faxineiro Osvaldo deitado
sobre o forrado chão, dormindo e roncando aos solavancos.
Comentário:
A
maior qualidade desta narrativa é que ela consegue ser original abordando um assunto
bastante desgastado. E consegue este feito, principalmente, pela correta
dosagem do suspense, e também pela leveza e delicadeza no tratamento da
trajetória de um menino, que, abruptamente, enfrenta talvez sua primeira
perplexidade, ao se deparar face a face, frente a frente, com a realidade tão
diversa e tão aquém de suas fantasias, de sua imaginação criativa e de seus
sonhos. Igual ao cômodo, uma realidade tão apertada.
8- De
São Paulo, São Paulo (24 anos):
Pseudônimo: Sr. B.
Título: Crescer
Título: Crescer
Acordei
hoje com um gosto ruim na boca, pior do que em dias comuns. O cheiro de
queimado está por tudo a volta, mas não vejo nenhum sinal de fogo. A azia que
geralmente tenho no estômago, hoje está ainda mais forte. Sinto minha pele cada
vez mais quente, como se estivesse com muita febre. Abro minhas asas e subo aos
céus - como faço desde criança -, olhando muitos a minha volta que apenas
planam por diversão e outros que dormem entre as pedras. Fecho os olhos e ergo
minha cabeça, sentindo a brisa que passa por ali. Naquele momento algo
percorreu dentro de mim, passando pelo meu estômago, minha garganta, até a
minha boca… Fuuuussshhhhhh… Vejo um jato de fogo ser expelido pela minha boca.
Tive uma enorme sensação de poder. A partir de hoje, não sou mais o mesmo, pois
me tornei um verdadeiro dragão.
Comentário:
Tornar-se
adulto no contexto do reino animal. A sensação do poder: desde a descoberta do
fogo até o seu domínio: a conscientização de seu uso, o crescer (em todos os sentidos).
A princípio, o voar é quase um passeio, mero registro de uma câmera em plano
subjetivo. De repente, explode, em zoom, o exato momento em que nos
transformamos em adultos que conhecem suas capacidades. Bela metáfora, calcada
em uma majestosa e fascinante figura mitológica, com poderes de ajuda (com seus
voos) ou de destruição (com seu fogo) por onde quer que passe.
9- De Mirassol, São Paulo
(17 anos):
Pseudônimo: Aristófanes
Título: Puberdade
Título: Puberdade
O
garoto de madeira sequer imaginava que ao masturbar-se pegaria fogo.
Comentário:
Eis a constatação de que um texto erótico não precisa pormenorizar detalhes.
Uma palavra apenas com conotação sexual, aqui, é o bastante para criar uma cena
libidinosa, através da história de um personagem jovem, que arde no seu próprio
fogo (e mais interessante ainda: no fogo de suas imaginárias fantasias
luxuriosas). Se queimará? Gostará e virará incendiário, queimando a casa
inteira, família e mobília, com este seu ato, não necessariamente solitário? Um
retrato fiel da adolescência – lenha incandescente –, com um incitante e excitante
final em aberto.
10- De
São Paulo, São Paulo (18 anos):
Pseudônimo: Tico-Tico
Título: Lembranças que não inventei
Título: Lembranças que não inventei
-
Sem sabor nem textura, isso que se propõe a ser tomate, só é vermelho de
vergonha de ser o que é!
Ah! Quando Avó Maria punha-se a falar
sobre os transgênicos...
Comentário:
Em geral, a mensagem final de temas ecológicos é: salve a natureza, preserve o
planeta... Temos aqui um modo diferente, original e bem-humorado de abordar o
assunto, por parte de uma mulher do tempo em que os alimentos eram realmente
naturais. Nas entrelinhas, e em sua aparente simplicidade, a narrativa versa
sobre dois tipos de sociedade, observados por Jameson; “o nosso tempo é o das
máquinas de produção muito mais do que o da produção”. E o neto, nascido nesta
era da engenharia genética, cujas técnicas criam os transgênicos, impacienta-se
com o que lhe parece apenas resmungos saudosistas, em vez de acirrada crítica.
11- De Campinas, São Paulo
(65 anos):
Pseudônimo: Mignone
Título: reverso
Título: reverso
Olho no espelho
procurando os traços de meu pai. Em vez do seu rosto ou o meu, vejo-me bem
pequeno, tentando escalar aquele terno azul marinho, querendo chegar mais perto
de seus olhos e de seu cabelo acinzentado. Minhas pernas tentam se enroscar nas
suas, minhas mãos pequenas agarram-lhe o paletó. Com distraídos gestos, ele me
afasta.
Não sei o que senti
quando ele morreu. Todos me cumprimentavam, dizendo que ele era um grande
homem, e que agora o homem da casa era eu, e logo seria o presidente da
empresa.
No dia seguinte chorei
horas. Nunca entendi por quê. Só sei que doía.
Dizem que me pareço com
ele. Pode ser, quando as espinhas secarem e meu cabelo branquear. Mas, não
quero parecer com ele.
Não quero ser empresário.
Meu sonho é ser
alpinista.
Comentário:
A princípio, uma simples oposição entre o pai, empresário, e seu filho,
rebelde. O texto, porém, afunila este contraponto, e deságua em uma única
palavra final, imprescindível: fica claro que o alpinista – que tentava escalar
o terno azul do pai, em criança –, prefere a emoção ao sucesso financeiro, e
sempre a priorizará. Esta única importantíssima palavra (inclusive por sua
ambiguidade: literal e metafórica), contém ao mesmo tempo a principal
característica que define o perfil do personagem, e todo o rumo de suas futuras
escaladas.
12- De Saitama, Japão (37 anos):
Pseudônimo: Juliano Monterroso
Título: Cinema Mudo
Quase no final do filme, surge aquele homem, ensandecido, atirando
contra a multidão. Em meio a gritos e tumultos, uma das balas atinge a criança
ao meu lado, matando-a no mesmo instante. Enquanto isso, na tela, Chaplin
discursa pela paz...
Comentário: Interessante
contraponto entre a ficção da paz e a realidade da violência cotidiana.
EQUIPE: RAPIDINHOS
JURADO/TÉCNICO: ANDRÉ SANT’ANNA
ESCOLHIDOS POR ANDRÉ SANT’ANNA:
1- De Passos, Minas Gerais (25 anos):
Pseudônimo: Tonico Vieira
Título: Anonimorto
Vinte
anos depois, resolvera raspar o bigode. No trabalho, ninguém sentiu a sua falta.
Comentário:
Duas frases, que dizem tudo sobre o anonimato e a solidão. A solidão na firma.
2- De Atibaia, São Paulo (34 anos):
Pseudônimo: Flora Medeiros
Título: (Im)previsto
Não chora. A vida é isso aí.
Comentário:
Ótimo! A vida inteira em 7 palavras.
3- De Mutum, Minas Gerais (39 anos):
Pseudônimo: Zero Notável
Título: Travado
A trave do gol refletindo luz no campeonato dente-de-leite do clube,
quando foi goleiro, o gosto travado do caju colhido quente no sol envelhecendo
a língua, a trava da barra de proteção da porta do fundo da casa de praia na
cabeça do cachorro do vizinho, os dentes trincados quando a onda estava
percorrendo por suas veias em loopings
alucidativos, o travo gosto de canela que o beijo da Margô tinha antes do sexo,
e então travou-se, pois recordou que alguém havia lhe dito que geralmente a
vida da gente passava na nossa mente em nosso último minuto de vid...
Comentário:
O “Zero Notável” vai direto ao ponto. Quer dizer, as 3 ou 4 imagens, sensações,
memórias, que de fato importam numa vida. Perfeito para o “gênero” miniconto.
4- De Odivel, Odivelas (Portugal) (64 anos):
Pseudônimo: Portuga 5
Título: Equívoco fatal
Após o jantar, Edgar desceu para comprar tabaco e aproveitou para
tomar uma aguardente. Só refiro esta ingestão de álcool para tentar entender
porque se equivocou de piso, no regresso a casa. Por outro lado, nem isso
explica como conseguiu entrar no apartamento por cima do seu.
Certo é que ficou atrapalhado por não reconhecer o espaço. Era amplo,
sem divisões. Da penumbra geral, sobressaíam dois grandes retângulos luminosos
no chão. Aproximou-se do primeiro e, estupefacto, reconheceu, em baixo, a sua
mulher a pintar as unhas em frente à televisão, como se o pavimento fosse
transparente. No outro, vislumbrou a filha na casa de banho, a limpar o rosto
em frente ao espelho. Recuou, com algum pudor, receando a implícita invasão de
privacidade.
Nesse momento, percebeu atrás de si um ténue som de arrastamento.
Pouco depois, Edgar engrossava a estatística dos homens que desaparecem depois
de saírem para comprar tabaco.
Comentário:
É um miniconto grande, mas também consegue apontar para um enredo maior ainda.
Não é só um conceito lançado, como a maioria dos minicontos. É uma narrativa
completa de realismo fantástico.
5- De São José do Rio Preto, São Paulo (17 anos):
Pseudônimo: Heinrich Sprenger
Título: A Purificação
Ergueu as mãos, comeu do pão, tomou do vinho, abençoou-os e disse:
"Queimem-na!"
Comentário:
Outro miniconto político. Nele, há toda uma tese sobre a hipocrisia e a
violência.
6- Do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro (24 anos):
Pseudônimo: Z
Título: Olhares
É notável a presença do rato em cima dos livros. Ele é grande,
robusto, cinza e fedorento. O gato, oculto em sombras, observa sua presa com
seus olhos vis e brilhantes. Um homem chega, puxa a cadeira e se senta diante
do animal cinzento e dos livros. O roedor, assustado, foge; o predador,
decepcionado, vai embora; o recém-chegado, entediado, apanha um livro e lê.
Logo mais, dorme. O dia amanhece e o cão observa o galo cantar.
Comentário:
Me lembra um hai-kai gigante em prosa. Fatos objetivos, cheios de significados
subjetivos.
7- De Porto Alegre, Rio Grande do Sul (23 anos):
Pseudônimo: Draco Luugriess
Título: Harmonia
Parou na frente do espelho. Abotoou a camisa. Desabotoou a camisa.
Abotoou-a de novo. Escovou os dentes, contando até duzentos. Escovou-os de
novo, recontando. Foi até a cozinha verificar se o fogão estava apagado. Andou
pela casa para verificar se as janelas estavam fechadas. Voltou à cozinha para
olhar o fogão. Foi ao banheiro e escovou os dentes, contando até duzentos.
Ainda com a escova na boca, foi verificar a janela da sala. Viu que caiu pasta
de dente na camisa. No caminho para o quarto, verificou a janela do corredor.
Desabotoou a camisa. Abriu o armário e escolheu uma camisa com o mesmo número
de botões. Vestiu-a. Com a camisa aberta, verificou a janela do quarto. Perdeu
a conta da escovação. Andou até a cozinha para verificar o fogão. Foi até o
banheiro, colocou mais pasta na escova, sentou na privada com a tampa fechada e
chorou.
Comentário:
Como fazer um conto inteligente, emocionante e sincero com pouquíssimas
palavras.
8- De Indaiatuba, São Paulo (18 anos):
Pseudônimo: Ethexse /esxethE
Título: Coca-Cola
Em
tranquilidade, conversando numa tarde qualquer, você começa a pensar.
Decide
arrancar a camiseta, o sutiã, expor a pele ao sol e improvisar qualquer dança
que vier à mente, cujo ritmo somente suas frases mentais acompanham.
Mas você
ainda está sentada; com um copo de Coca-Cola na mão.
Comentário:
Este conto tem duas histórias: a física e a metafísica.
9- De São Paulo, São Paulo (43 anos):
Pseudônimo: Mutante
Título: Quartel
Lá, onde filho chora e mãe não vê, Pereira se faz de besta para pastar
em paz.
Comentário:
Um miniconto político! Denuncia a bovinização da espécie humana.
10- De Riachão do Jacuípe, Bahia (23 anos):
Pseudônimo: Ramón Rufo
Título: Elo familiar
Depois do banho, pai e filha se sentiram mais sujos do que nunca.
Comentário:
Sensacional! Há quem tenha necessitado de centenas de páginas para contar essa
história.
11- De Brasília, Distrito Federal (51 anos):
Foi o seu primeiro beijo.
Pseudônimo: z
Título: Pontaria
Daquela
distância, não tinha como errar.
Suando
frio, o coração na boca, endireitou o corpo e, olhos nos olhos, executou o
movimento treinado à exaustão.
Acertou em cheio os lábios de Sandra, a
garota mais desejada do 7º ano.
Foi o seu primeiro beijo.
Comentário: Certeiro. Não se enrolou, como de costume, quando se dá
o primeiro beijo.
12- De Canoas, Rio Grande do Sul (61 anos):
Pseudônimo: Rosa Blanca
Título: As flores de Mariana
Mariana chegou cedo ao terminal de ônibus. Usava roupas leves e
chinelos, apesar do frio. Abraçava, com cuidado, um ramalhete de rosas
vermelhas. Flores para seu amor, moço. Rosas para embelezar a sua casa, moça.
(A mãe precisava do dinheiro).
À tardinha, a menina continuava abraçada às flores, agora menos viçosas, mas
ainda belas. Um grito. Correria. Alguém esbarra em Mariana e ela cai. As rosas
espalhadas pelo terminal são pisoteadas pela multidão. Ela tenta recolher as
flores. Ajudem por favor. (A mãe precisava do dinheiro).
Quando o último ônibus partiu, a vendedora de flores olhava para o que
sobrou de suas rosas: pétalas esmigalhadas e galhos quebrados. Tinha os braços
caídos, a barriga vazia e o olhar perdido. (A mãe precisava do dinheiro).
Comentário: A repetição (a mãe precisava do dinheiro) dita um bom
ritmo ao conto, perturbando o leitor com o drama da jovem.
EQUIPE: OS CONTIDOS
JURADO/TÉCNICO: MARCOS PASCHE
ESCOLHIDOS POR MARCOS PASCHE:
1-
De São Paulo, São Paulo (46 anos):
Pseudônimo:
Luana Noslen
Título:
Na geral
Humilde. Até o fim.
Sua cova era rasa.
Comentário:
Outro
belo exemplo de agudo poder de síntese. A imagem final dispensa qualquer
descrição ou explicação acerca da humildade de quem se fala.
2- Do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro
(33 anos):
Pseudônimo:
Razec
Título:
Tempo
Uma
vida pela frente. De repente, tudo fica para trás.
Comentário:
Disse pouco, e disse tudo.
3- De
Paraty, Rio de Janeiro (29 anos):
Pseudônimo:
Ghost Writer
Título:
Entranhas
Pariu. Lindo bebê
cheirando a sangue fresco, perfeito em todas as suas partes, a vida
em sua plenitude. Para ela, o lindo bebê era apenas a extensão de um falo sem
nome que, contra a sua vontade, penetrou-a com ímpetos de violência em uma
noite sem lua, sem estrelas e sem amor.
Olhava para a criança,
mas não via criança, via apenas uma bola de fogo, a mesma que sentiu sair de
dentro de si. O que restava do falo, finalmente fora do seu corpo. Deixou-o
ali, no mato. Houvesse anjo da guarda, a história teria um final feliz.
Comentário:
O texto trata de uma realidade cortante com uma
linguagem igualmente laminada. E o faz sem qualquer sentimentalismo previsível.
4- De
Goiânia, Goiás (23 anos):
Pseudônimo:
Maximiliano Burges
Título:
A breve história do senhor de relógios
Nasceu
adiantando, mas morreu na hora certa.
Comentário:
Epitáfio para apressados.
5-
Pseudônimo:
Poetastro
Título:
O Favelado
Foi roubar
bombom e levou bala...
Comentário:
Jogo
semântico de apreciável criatividade. O título torna evidente o apontamento de
certas disfunções sociais típicas do País.
6- De
Fortaleza, Ceará:
Pseudônimo:
Avril
Título:
Eis a resposta
Tapetes estendidos,
sempre. Bajuladores de plantão a toda hora. O sinal fechou, surge uma pistola.
‘Sabe quem sou?’ Ouvem-se estampidos. Silenciou.
Comentário:
A pergunta própria dos soberbos posta na boca de quem acaba com qualquer
importância de maneira impiedosa soou como sutil penetrante ironia. Além do
mais, é coisa que os ricos não conseguem aprender...
7- De
Maricá, Rio Janeiro (31 anos):
Pseudônimo:
Castel
Título:
Entradas e saídas
Entrei
no bar. Troca de olhares, beijinho no rosto. Saímos do bar. Entramos no táxi.
Carícias, beijo na boca. Saímos do táxi. Entramos no motel. Nudez, mão no sexo,
flacidez, risada, escárnio, piada, empurrão, chute nas costas, soco na cara,
gritos. Saímos do motel. Entrou na ambulância. Entrei na viatura policial.
Comentário:
O conto realiza com maestria o princípio da síntese literária. A partir dos
períodos curtos, o texto apresenta o enredo de maneira densa e veloz, com ações
mínimas e plenas de significação.
8- De
Curitiba, Paraná (60 anos):
Pseudônimo:
Rerman Resto
Título:
O Pai
Ele amanhecia lá
sentado naquela cadeira verde num canto da cozinha. Uma vez falou, “tenho sono
trevoso”. Parecia diminuído de tamanho, não fazia mais a barba, falava quase nada. Eu não reconhecia meu pai naquele homem
calado. Não era silêncio o dele, isso é coisa que se apercebe. Um frio sem
voz o consumia. Passei por ele chegado de fora, nem moveu a
cabeça. Bebi sozinho o copo d´água do filtro que perguntei em
vão se queria. E pesaram meus passos pela casa de há muito vazia de mãe. A
foto minha no porta retrato não me dizia respeito. A agulha do tempo
esgarçava um tecido roto. Quando olhei o espelho me dei conta de
parecer agora o pai. Os olhos negaram me ver.
Viam o pai no vidro embaciado da memória.
Comentário:
É um texto de alta carga emotiva, e o narrador não permite que ela se derrame
por um só momento, na mesma medida em que cuida para que ela não perca sua
densidade a cada instante da narrativa. Particularmente, tocou-me bastante.
9- De
Juiz de Fora, Minas Gerais:
Pseudônimo:
Felipe Nostradamus
Título:
Máquina do tempo
Estava
passeando pelo futuro, mas o celular tocou.
Comentário:
Precisa observação da contemporaneidade, quando cresce a sensação de não haver
oportunidade para ninguém se permitir momentos de distração e autoevasão.
10- De
Palmas, Tocantins (43 anos):
Pseudônimo:
Gonzo Kastrowiski
Título:
Decepção
Apaixonado,
ele foi ao encontro dela. Voltou vazio de si.
Comentário:
O subentendimento existente entre a ação inicial e a ação final tem substantiva
eloquência.
11- Do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro (29 anos):
Pseudônimo: Autor Desconhecido
Título: O velório
10 horas. Wellington morreu há 10 minutos. Parece que vai fazer 40
graus. “E domingo, só chuva.” João, distraído, quase pisa a perna do menino.
“Ah, esses viciados.” Wellington está de lado, o rosto sobre o braço direito.
Sua mão toca o muro baixo que sustenta as grades do edifício. Atrás das grades,
um jardim. 13 horas. No Centro, o movimento se intensifica na hora do almoço.
“Árvore, pedra portuguesa, gente estirada... não tem como!” Wellington estreita
a passagem. Ao buscar o celular na bolsa, Isabel deixa cair o batom, que para
nas costas de Wellington. Receosa, se abaixa devagar e, com a ponta dos dedos,
alcança o objeto. “Oi, estou chegando. Já pegaram mesa?” 16 horas. A rua está
mais vazia. Luís observa o corpo inerte. “Não... deve estar dormindo.” 19
horas. Escureceu. Marcio aperta dois dedos no pescoço de Wellington. “Nada...
liga para polícia... bem garoto, né?”
Comentário: Um retrato fiel da indiferença humana, a qual prevalece
nas ruas das metrópoles.
12- De Brasília, Distrito Federal (56 anos):
Pseudônimo: Anima Brevis
Título: Tudo fake, com “f” de f...
Passou mal na quarta-feira de cinzas, agarrado às tetas fake de uma loira fake. Desmaiou na avenida, sobre poças de cerveja e mijo, aos
gritos de “morreu, morreu!”. Só soube que ainda estava vivo quando abriu os
olhos e viu simpáticos serafins e querubins mimosos dançando valsa ao seu
redor. Sorriu feliz. Estava apenas desacordado. Se estivesse morto, haveria
chifres, cascos, choro e ranger de dentes. E um cheiro terrível de enxofre. E
um rock’n roll do cacete! Não, não
era a morte. Era só um céu fake.
Comentário: O miniconto de fake não tem nada. Um humor interessante o permeia.
Pronto, meus amigos! Chegamos ao fim da
primeira etapa do certame! Com os 48 classificados, divididos em 4 equipes, de
excelentes jurados, vamos agora nos preparar para a segunda fase, a qual já fora
explicada neste post. Aos classificados, não deixe de enviar seus minicontos
até as 23:59hs. deste domingo. Aquele que não quiser prosseguir na disputa, por
favor, declarem com antecedência para que possa ser substituído. E-mail para
envio dos minicontos e dúvidas: blogautoressa@gmail.com
Boa
sorte a todos e sucesso a todos que se inscreveram!
AUTORES S/A: SEMPRE SURPREENDENDO VOCÊ!
37 comentários:
Que Rufem Os Tambores !
Boa tarde! Esses 48 escolhidos serão publicados (ao invés de apenas 20, conforme regulamento inicial)?
Atencisamente,
Higor Eduardo
Boa tarde, Higor!
Não há, ainda, garantia de publicação na antologia para estes 48. A priori, os jurados escolheriam apenas 5 autores. Mas, devido a grande quantidade e à qualidade dos minicontos, ampliamos para 12 escolhidos - para cada jurado. Em breve, explicaremos como funcionará a segunda fase. Lembrando: para a antologia, serão selecionados os MELHORES MINICONTOS do concurso, ok?
Boa sorte!
Lohan
olá, os classificados para segunda fase terão que enviar outro miniconto? E o miniconto já classificado entre os 48? Ele será desprezado?
Olá, Jairo!
Sim, o concurso do Autores S/A é dividido em fases eliminatórias. A cada classificação, explicamos como funciona a fase posterior.
Os minicontos desta fase podem ou não entrar na antologia. Conforme já foi dito, na antologia entrarão os MELHORES MINICONTOS do concurso, independente da fase que ele foi classificado, ok?
Boa sorte!
Autores S/A
Pessoal, boa tarde!
Os 48 classificados vão ser indicados aqui até amanhã? É que não vi meu nome/pseudônimo/conto nem aqui entre os classificados, nem entre as menções honrosas, nem na lista dos desclassificados.
E agora?
Abraços,
Mario Cavalcanti.
Pena que o regulamento não vai ser seguido e que só ficamos sabendo disso hoje.
" Quatro jurados [...] farão a leitura e o julgamento de todos os minicontos inscritos. [...] cada um deles irá escolher 5 autores inscritos, os quais serão classificados para a próxima fase.
[...]
Todos os 20 classificados serão publicados e todos os 20 receberão, cada um deles, 01 (um) exemplar da antologia. "
"Não há, ainda, garantia de publicação na antologia para estes 48. A priori, os jurados escolheriam apenas 5 autores. Mas, devido a grande quantidade e à qualidade dos minicontos, ampliamos para 12 escolhidos - para cada jurado. [...]"
"olá, os classificados para segunda fase terão que enviar outro miniconto? E o miniconto já classificado entre os 48? Ele será desprezado?
[...]
Sim, o concurso do Autores S/A é dividido em fases eliminatórias. A cada classificação, explicamos como funciona a fase posterior.
Os minicontos desta fase podem ou não entrar na antologia."
Caro Higor,
Muito boa a sua análise comparativa dos discursos, porém, se faz importante considerar as circunstâncias e, por conseguinte, a mudança realizada.
Conforme foi dito, o número de inscrições superou nossas expectativas e, por conta disso, decidimos aumentar o número de vagas.
Não nos referiríamos a esta mudança como ''pena''. Afinal, demos mais chances de classificação aos candidatos, e o dado do regulamento ressaltado em seu comentário irá se manter - só que uma fase adiante. Dos 48, cada jurado escolherá 5, e, por fim, restarão 20 autores. Os 20 autores que serão classificados NÃO serão prejudicados por esta mudança, e, além disso, os que não forem classificados ainda TERÃO CHANCES de verem o seu miniconto publicado na antologia também, afinal, faremos uma seleção dos MELHORES MINICONTOS do concurso, independente da fase em que ficaram.
E sim: todos os 20 classificados posteriormente receberão 1 exemplar da antologia. Com possibilidade de outros ainda, que não forem classificados, receberem também - caso tenham seus minicontos incluídos no livro.
Esperamos ter esclarecido este fato.
Boa sorte a todos,
Autores S/A
Aguardamos ansiosos a publicação dos demais nomes.
Sai mais uma listinha hoje ou só amanhã?
Sim, ficou esclarecido, mas corre-se o risco de, algum dos 48 autores selecionados, por não saber ou não ter tempo hábil de escrever o novo miniconto deixar de ter seu miniconto publicado (caso tivesse sido um dos 20 selecionados, levando em conta o regulamento).
Na minha opinião teria sido mais transparente se essa mudança tivesse sido comunicada um pouco antes (já que é provável que a organização do concurso já sabia dela a algum tempo).
Um outro ponto é que os últimos candidatos divulgados no post terão menos tempo que os primeiros pra escrever o novo miniconto que os primeiros.
corrigindo... hehe
*Um outro ponto é que os últimos candidatos divulgados no post terão menos tempo que os primeiros pra escrever o novo miniconto.
Ainda não surgiu o meu............... será divulgada alguma listagem ainda hoje? Grato!
Bom dia!
Pelo que contei, cada jurado já tem 12 minicontistas. Se ainda vai haver mais selecionados, quantos serão por equipe?
Uma pena as regras terem mudado ao longo do concurso. É muito mais justo quando todos os jurados leem os minicontos. Dividindo os textos entre eles (e as escolhas, por consequência), ficamos sujeitos aos gostos pessoais e nada mais. Quase vira loteria. Uma pena.
Enfim, parabéns aos selecionados e boa sorte ao certame.
Caros,
Fiz um questionamento acima que não foi respondido. Espero resposta. Até agora não vi meu miniconto em lista alguma e, pelo que sei, foi muito bem recebido no prazo, tanto que vocês me enviaram e-mail divulgando um trabalho de um dos organizadores do concurso e tudo mais.
Espero o quanto antes a resposta devida. O miniconto é o "Aula de alemão".
Certo do respeito de todos, fico no aguardo.
Att.,
Mario.
Gostei muito do que li. A maioria dos selecionados mostrou muito talento! Parabéns!
Infelizmente eu não estou aqui, mas gostei do que não escrevi!
Para esta segunda fase o conto deve ser inédito?
Viajo hoje, daqui a pouco, e ficarei sem internet até terça-feira, dia 7
Bom dia a todos,
Vamos às respostas:
- ''Notícias Gerais'': todos os 12, de cada equipe, já foram selecionados, logo, a lista está completa. Totalizamos 48 classificados. Agradecemos pela sua participação, minha cara!
- ''Anônimo": Não, nós não modificamos o regulamento nesse sentido. Todos os quatro jurados leram todos os minicontos. Conforme faziam suas escolhas, comunicavam aos demais que, por sua vez, não poderiam escolher os mesmos.
- ''Mario'': Caríssimo, o seu miniconto não consta na lista dos desclassificados AUTOMATICAMENTE, ou seja, ele passou pelo crivo dos quatro jurados e, infelizmente, não foi aprovado. Por isso não consta em nenhuma das listas. Está havendo uma confusão em relação a isso, portanto, já deixamos esclarecido aqui: quem não constar em nenhuma das listas, é porque não foi aprovado pelos jurados.
- "Anônimo": Não, como não foi especificado que o miniconto deveria ser inédito, ele não precisará ser inédito nesta fase. A partir da próxima fase, sim, todos terão de ser inéditos.
Agradecemos a todos pela compreensão.
Autores S/A
Bom dia.
Parabéns aos selecionados e aos organizadores. Realmente há excelentes textos. Em especial Casa de Bonecas realmente me arrepiou ao ler. Conciso e trazendo no bojo uma mensagem fantástica. Isso entre outros tantos bons textos.
CONTUDO há que se ponderar duas coisas:
01 - Mudança de regras no meio do certame, o que tornou a seleção incerta.
02 - Me perdoe quem fez a escolha, mas "Não Chora. A vida é isso aí" é expressão popular e não um conto. Creio que muitas mães e avós já cansaram de nos dar este mesmo conselho em diferentes versões conforme a região do pais. Sendo assim, se alguém postasse "FAZ PARTE!" ou "RELAXA" seria considerado um miniconto? Confesso que fiquei confuso com esta escolha em particular.
Só para contar
Música da Vanusa da década de Oitenta chamada Sem Mistério:
"Tente descobrir
A vida é isso aí!"
Música de Milton Nascimento, A Vida
"AMIGOS CHEGAVAM DIZENDO
QUE A VIDA É ISSO AÍ"
E por aí vai. Não vejo sentido em premiar algo que já foi cantado por grandes sucessos da MPB faz duas décadas.
Lohan, o miniconto pra segunda fase deverá ser inédito?
Parabéns aos selecionados!
Não sou um deles, infelizmente.
Um porém: essa coisa de todos lerem os contos e "avisarem" aos outros jurados sobre os que não deveria ser escolhido, me parece um tanto estranho.
Penso que o correto seria: 1)cada jurado selecionar seus contos sem comunicar ao outro - o segredo da escolha é importante. 2) os contos selecionados repetidamente por diferentes jurados seriam, sim, os classificados. 3) Para preencher lacunas, cada jurado teria outra reserva de contos em ordem classificatória.
Talvez, os organizadores dediquem certa atenção sobre esta humilde sugestão.
Sucesso!
PI -PI-PI-PI-PI-PI-PI-PI: Olha o recalque chegando, gente!!! Ah, Thiago Fabris Rendelli, comvenhamos, né?! Só Glamour, meu amor, só os glamourosos passaram, queridooooo. Contente-se. Volta pra garrafa, viu! Bjusss... Fui!
Maria Vanúbia
Claro, só os glamourosos passam. Você tem razão. Vou até excluir meu comentário.
Numa boa ... Alguns textos, sim, estão elogiáveis e acho que mereciam todos o primeiro lugar ... De outro lado há alguns (quase metade) de péssima qualidade, batidos e repisados, reproduzidos, nada originais ... Faltou muito critério por parte dos jurados ...
Parabéns aos classificados e boa sorte para a segunda fase...melhor que a minha na primeira....
Prezados, fiquei com uma dúvida: existe uma ordem de classificação entre os 12 escolhidos por cada jurado ou a ordem em que os contos aparecem é aleatória? Grato,
Me encantei com os mini-contos.
Todos de ótima qualidade.
Com os comentários ficam melhores ainda!
Parabéns a todos.
Olá a todos;
Escritores, organizadores, amantes da língua, da palavra, da verdade inventada, da mentira real, do grito silencioso, do silêncio que ensurdece. Parabéns aos classificados, gostaria muito de estar dentre os 48, mas não estou. Talvez porque eu tenha cometido um grave pecado: Eu não sei (ou não sabia) o que é um miniconto. Como contista, tentei pegar uma ideia que poderia ser desenvolvida em muitas linhas e laudas e a enxuguei, a reduzi. Errei. André Sant'anna me deu essa iluminação ao dizer: "Outro critério fundamental para mim é perceber que o conto só poderia ser escrito como miniconto". Eu não sabia! E só descobri isso ao ler, encantado, os minicontos aqui publicados. Não fui agraciado com a classificação, mas meio que me eduquei sobre as exigências de um gênero literário que me era estranho. Agora sei: Miniconto não é um continho... Na verdade, pode ser uma vida inteira, em dez linhas, em quatro palavras. Sucesso aos que continuam! Adorei a experiência!
Bom dia a todos,
Esclarecendo a questão da avaliação dos jurados: eles não comunicavam suas escolhas entre eles. As escolhas eram repassadas para a organização que, ao detectarem escolhas iguais, aí sim, comunicava ao jurado que escolheu depois. Ou seja, o jurado que escolheu primeiro sempre teve preferência sobre os demais.
Então, reiterando: somente as escolhas iguais eram comunicadas para que fossem substituídas. Cada jurado mantinha, sim, uma reserva, no caso de haver esse fato.
Quanto aos minicontos para a SEGUNDA FASE: Como não consta no aviso que o miniconto deve ser INÉDITO, ele não precisa ser inédito. Ainda.
Sucesso a todos!
Autores S/A
Parabéns aos classificados, gostaria muito de estar entre os finalistas, mas não deu... abração!!
Ótimos continhos! Não entrei, mas pirei. Assim como o Emerson disse aí em cima, me está sendo muito útil lê-los. Quero a segunda edição do concurso!
Prezados Senhores,
Venho solicitar dessa instituição(via email) o motivo técnico do miniconto não ter sido escolhido. Muito obrigado.
ubirajaravieiraxavier@yahoo.com.br ( O mesmo foi questionado por críticos literários) Agradeço muitíssimo.
vc/alguem pode me ajudar a escrever um miniconto baseado no livro a megera domada ????????????????????????
Até a presente data não recebi informes de minha solicitação anterior...gostaria de uma atenção dessa conceituada Instituição.
A transparência é o melhor significado para vida e a sociedade de uma maneira geral. Sem ela seremos todos inválidos.(eu) Ubirajara vieira xavier.
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